O Dia Mundial da Poesia é celebrado em 21 de março. Esta forma de escrita vem ganhando força nas favelas e tomando conta dos espaços públicos da cidade. É uma ferramenta de inclusão e empoderamento para seguir firme na luta que todo morador de favela enfrenta diariamente.
O poeta Alan Douglas, conhecido como Dababi, é morador de Cordovil, Zona Norte do Rio de Janeiro, e tem a mãe como principal inspiração. Reconhecido como “o mano que faz as poesias marginais” mostrando a realidade da favela, ele conta que sua melhor experiência foi em um evento beneficente onde crianças ouviam atentamente seu poema sobre sonhos.
“O que mais me revolta é o revólver na minha testa
Apontado por alguém que deveria nos prestar serviço (…)
Os pensamentos mais supérfluos serão deixados de lado
Da mesma forma que casos de inocentes esquecidos:
Marielle, DG, Anderson e Amarildo.”
02(Dababi)
Conhecida como Preta Poética, Fernanda Amancio mora na comunidade Cavalo de Aço, em Santíssimo, na Zona Oeste. A poesia para ela surgiu da necessidade de empoderar ela própria e outras meninas para recuperar a autoestima. “Ser poetisa na favela é resistir e persistir ocupando espaços de fala e transformando sentimentos em poesia”.
“Chega de sangue negro no asfalto
Chega de acordar com barulho de tiro pro alto
É muito empregador disfarçado de capitão do mato
É muito trabalhador mascarado porque esse é escravo (…)”
(Preta Poética)
Matéria publicada originalmente no Jornal A Voz da Favela em Março de 2021.
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