Hoje é um dia especial para todos os que utilizam os meio de comunicação no mundo.
É o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, uma liberdade que tem faltado a muitos, principalmente em países como Brasil onde, nos últimos dois anos, citar algo contra o governo tem sido motivo de ameaça e até de prisão, sob o argumento de ferir a LSN – Lei de Segurança Nacional.
No dia 3 de maio é celebrado o direito de todos os profissionais da mídia de investigar e publicar informações de forma livre. No Brasil, muito mais do que comemorar, a imprensa precisa se questionar. Será que temos liberdade de imprensa?
A tentativa de controlar os meios de comunicação é censura e a informação é o poder que a imprensa tem de mobilizar-se contra esse mal. Estamos vivendo oficialmente em uma democracia, mas o que temos visto é um verdadeiro desrespeito contra a liberdade de imprensa a aos direitos individuais e coletivos.
A censura não oficializada que ocorre hoje no Brasil, imposta pelo governo federal, é maior, senão igual ou pior do que a censura dos anos de ditadura militar, que explícita. Os exemplos são muitos de jornalistas ou ativistas culturais que estão sendo ameaçados, presos e até torturados apenas por exercerem o direito de investigar, discutir e mostrar à sociedade as atrocidades cometidas pelo governo em diversas áreas.
Censura não oficializada
O caso mais recente nos remete à intimação da líder indígena Sonia Guajajara pela Polícia Federal a prestar depoimento. Ela foi intimada apenas pelo fato de ter feito críticas ao governo federal pela falta de apoio aos índios.
Sonia Guajajara fez as denúncias em um documentário intitulado “Maracá”, que foi lançado em uma série de oito episódios e exibido pela Rede Globo. A série foi produzida pela Associação de Povos Indígenas do Brasil, a Apib, que tem Sonia como uma das dirigentes. O foco do documentário está justamente em apontar a viiolação de direitos e vários crimes cometidos contra os indígenas pelo governo federal durante a pandemia.
Pronto! Foi o suficiente para a Funai – Fundação Nacional do Índio – tomar isso como um “ataque” ao governo federal e pedir à Polícia Federal para intimar a líder indígena a depor.
Casos como o de Sonia Guajajara se multiplicam pelo país desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder há dois anos e meio. Isso demonstra que o país está perdendo sua referência de um país democrático e deixando clara a posição do governo de adoração aos regimes fechados e ditatoriais.
Brasil perde posição no ranking de liberdade de imprensa
A imprensa local e internacional noticiaram na semana passada o que reforça a tese de que estamos perdendo a característica de um país democrático.
De acordo com os registros da imprensa em vários veículos de comunicação, o Brasil caiu, pelo segundo ano seguido, no ranking de liberdade de imprensa da organização não governamental “Repórteres Sem Fronteiras”,
Segundo relatório divulgado pela organização, o país passou a ocupar ocupa a posição 107 de 180, atrás de Angola (106), Montenegro (105) e Moçambique (104). O relatório classifica o governo Bolsonaro como “uma era particularmente sombria da democracia e da liberdade de imprensa no Brasil”.
Origem do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi criado pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura através da Decisão A/DEC/48/432 de 1993.
A data foi criada para alertar sobre as impunidades cometidas contra centenas de jornalistas que são torturados ou assassinados como consequência de perseguições por informações apuradas e publicadas por estes profissionais.
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