Coletânea de Poesia Contemporânea é um trabalho desenvolvido pelo CDRH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades (CRDH), intitulada de “Desenvolvimento e Humanidades: além do isolamento social”, que contém poesias contemporâneas, fruto de um resultado acadêmico, de escutar e fazer ouvir o sentimento, as angústias e a luta para manter vivas a esperança e a vida.
Esta é uma produção pensada como estratégia de enfrentar os danos emocionais que poderiam ser causados com a pandemia. É uma iniciativa do Centro de Referência Desenvolvimento e Humanidades da UNEB- Universidade do Estado da Bahia.
A coletânea reúne mais de 140 obras literárias inéditas, de artistas, mobilizadores sociais, militantes, acadêmicos, pesquisadores, estudantes da UNEB e membros do Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades (CRDH), localizado em Salvador.
As escritas vão desde poesias, poemas, narrativas e sonetos de alguns autores experientes, e outros que, pela primeira vez, ousaram escrever e publicar um texto de sua autoria.
A obra tem na sua organização os seguintes responsáveis: Jailda Souza do Nascimento, Carlos Soares Sobrinho Junior, Ivan dos Reis Cardoso, Rodrigo Magno dos Santos Vale e o Professor Doutor José Cláudio Rocha, coordenador do Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades (CRDH).
A coletânea tem relação direta com as ações do estado no enfrentamento às dificuldades e minimizar os riscos de sequelas emocionais da pandemia.
Confira um dos poemas que faz parte da coletânea.
Olho o mundo
E procuro respostas em outros olhares.
A máscara que esconde os sorrisos,
Parece calar a boca, mas não;
E não aquieta o pensamento e o sentimento.
Há pessoas em isolamento, mas, colaborativas,
Aprendente sempre e reflexivas,
Fazendo ciência, repensando o consumismo,
Os usos e desusos e aclimatando o altruísmo.
A máscara pode me esconder parcialmente,
Mas não pode me calar, me anular.
Posso falar com gestos e escritos,
Com sinais, poesias, canções e/ou orações,
Posso ser remoto, por canal ou plataformas
Publicar livros livres e coletâneas,
Ou ser cristalino aos olhos vívidos:
– Serás outrora o tempo de agora!
Falarei invocando com oração:
“… livra-nos do mal, amém”.
Ou, como Arantes, pelos tons da canção:
“Por mais que uns não queiram.
Será de outros que esperam.
Ver o dia raiar.”
Falarei como o Cristo Redentor:
Estátua, com braços abertos,
Sem abraço imediato,
Mas com breve entrelaço moroso e inato.
Para o vírus tem mulheres e homens resolutos,
A intrepidez, diligência ou teimosia,
Vestem as nossas feições brasilianas.
Que as bandeiras, lábaros ou flâmulas,
Minhas e tuas; quais cores ou traços,
Sejam traduzidas em movimentos,
Além das hastes que as levam ao vento,
Conducentes de respeito e de paz,
Em versos livres por humanos seres livres,
Agora, com máscaras, depois, desmascaradamente.
Autor: Ivan Soares
A coletânea completa pode ser acessada através do link Desenvolvimento e Humanidades: além do isolamento social
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