Ainda não acabou!

Exaustos, profissionais da saúde continuam lutando contra a covid-19 e fazem apelo à população para que se juntem a eles.

Profissionais da saúde continuam convivendo diariamente com a triste decisão sobre quem vive e quem morre nas filas dos hospitais. _ Créditos: SJ Objio pelo banco de imagens Unsplash

O dia 1º de maio é sempre marcado pela luta dos trabalhadores. Um ano após o surgimento da pandemia do Corona Vírus no Brasil, os profissionais que ainda precisam lutar e clamar pela consciência da população continuam na área da saúde. 

Eles estão longe de serem os únicos profissionais na linha de frente do combate à doença, mas são os únicos que sentem na pele a pressão sobre vida ou morte de pessoas importantes para quem chega em uma unidade de saúde em desespero por atendimento. 

Morando aos pés do Morro do Alemão, em Olaria, doutor Marcelo Moraes é professor de medicina na Universidade Estácio de Sá. Leciona nas disciplinas do eixo da Saúde Familiar e atende no Centro de Saúde Escola, na Lapa. O médico conhece bem a realidade da perda de pessoas e a sensação de impotência diante de um micro organismo. 

No início, ele diz que o sentimento de apreensão e medo se confundia. “À medida que a doença se tornou uma pandemia o medo aumentou, porque não tínhamos vacinas e a ciência até hoje mostra que outros tratamentos, que não a vacina e o distanciamento social, são ineficazes”, explica. 

Depois de uma melhor compreensão, sobrou a perplexidade e a tristeza: “Trabalho na Atenção Primária, ou seja, na porta de entrada do sistema e não é fácil você atender a pessoa e ficar sabendo que cinco dias depois ela está morta. Atravessamos um período que ficará para sempre em nossa história”, comenta o médico. 

Thamires Soares é moradora de Campo Grande e atua há um ano na Clínica da Família Isabela Severo da Silva. Logo no primeiro dia de trabalho se deparou com o cenário de pandemia e o sentimento é parecido com o de Marcelo. 

Militante do movimento negro, Thamires sabe que as maiores vítimas do Corona Vírus têm cor e classe social. “Hoje temos a vacina, mas ainda tem muita gente morrendo, de faixa etária menor, que ainda não se vacinou. Sem falar dos muitos sintomas que nem sabíamos que estavam relacionados a essa doença”. Ela alerta e também provoca: “Espero que as pessoas valorizem mais a vida e que haja mais investimento no SUS e na ciência”, completa. 

Para João Paulo, que trabalha com atendimento urgente em dois locais diferentes, no Samu da Clínica da Família, em Queimados, e no Hospital Geral de Nova Iguaçu, a informação é o caminho. “Espero que todo o público se conscientize sobre o uso da máscara, que sempre foi necessário, e vacinem-se, para que sejamos imunes a este vírus”, conclui.

Matéria escrita em colaboração com Bruno Almeida e publicada originalmente no jornal A Voz da Favela

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