“Tô no Mapa” identificou mais de 5 mil comunidades de povos tradicionais

O sistema agrícola tradicional das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, no sudeste paulista- Crédito: Gilvani Scatolin

Relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), mostra que mais de 5 mil comunidades de povos tradicionais e de pequenos agricultores que ainda não têm seus territórios demarcados, foram identificados através do aplicativo Tô no Mapa.

Até o momento, 53 comunidades em oito estados brasileiros concluíram o mapeamento de seus territórios no aplicativo. Somando um total de 5.324 comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas, quebradeiras de coco-babaçu, entre outros grupos tradicionais, e ocupam uma área de 290 mil hectares.

Ainda existe cerca de 94 cadastros que precisam ser finalizados, concentrados em comunidades entre os 23 estados do país. O trabalho de identificação também teve apoio do Instituto Cerrados e da Rede Cerrado, uma articulação com cerca de 50 organizações. O resultado da pesquisa foi lançado no final do mês de junho.

“O primeiro objetivo desse aplicativo é fortalecer a luta pelo reconhecimento dos territórios tradicionais. Uma comunidade que não é vista, fica muito difícil que ela tenha acesso a políticas públicas”, relata Isabel Castro, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia- Ipam e uma das coordenadoras do projeto.

Tô no Mapa

O aplicativo pode ser utilizado offline permitindo que o usuário cadastrado delimite o território ocupado, utilizando o próprio GPS do aparelho.

O Projeto “Tô no Mapa” está em atividade desde outubro de 2020, como desdobramento de um trabalho anterior de mapeamento de comunidades na região do Matopiba, acrônimo para os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, uma zona em grande parte coberta por cerrado nativo.

Através do aplicativo é possível identificar as áreas de plantio e de criação de animais. Para evitar mais de um cadastro da mesma comunidade, o aplicativo exige o envio de uma ata em que a comunidade autoriza o usuário a inserir os dados do grupo.

Após o cadastro do mapeamento ser concluído, o usuário do aplicativo tem acesso ao mapa em pdf, com o desenho e todas as informações inseridas, como nome da comunidade, quando foi fundada e área estimada.

O modelo de ata, assim como vídeos tutoriais e materiais explicativos, e para baixar a plataforma podem ser acessados através do portal Projeto Tô no Mapa

Para os próximos meses, estão previstas a realização de novas oficinas, com capacitação de facilitadores para ampliar o número de registros na plataforma do Tô no Mapa, incluindo parcerias com entidades locais.

A iniciativa teve apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), uma iniciativa conjunta da Agência Francesa de Desenvolvimento, da Conservação Internacional, União Europeia, do Fundo Global para o Meio Ambiente, do governo do Japão e do Banco Mundial.

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