Nesta quarta-feira (28), Dia do Agricultor, a Secom, Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, homenageou os trabalhadores rurais divulgando em suas redes sociais a imagem de um homem na lavoura segurando uma arma.
A imagem gerou inúmeras críticas, visto que a agricultura familiar, que é a responsável por grande parte da produção dos alimentos do país, utiliza outros tipos de ferramentas para o plantio: enxada, tratores, colheitadeira, e não espingardas.
A arma, no caso, faz referência à medida do governo que estendeu posse de arma em toda a propriedade rural, o que antes se limitava apenas à área de sede do imóvel. Entretanto, elas estão longe de serem símbolos que representem a agricultura, e a divulgação da imagem cria uma veiculação errônea de violência à esses trabalhadores, que pelo contrário, estão apenas buscando paz, terras para regenerar e plantar alimentos para o povo.
Distanciamento produtor – consumidor
Trabalhadores do campo trazem a marca do respeito à vida, e seguem arando incansavelmente as terras, ainda que sejam tão desvalorizados pela sociedade de um modo geral. Estes realizam grandes ações necessárias e de forma silenciosa, todos os dias, e ainda sim são invizibilizados. Os consumidores não são ensinados a pesquisarem a origem dos alimentos, todo o processo desde a semeadura até a colheita, quem está por trás, o quanto de dinheiro, tempo e energia se gasta para produzir o que compram e se alimentam.
O distanciamento geográfico do espaço urbano e rural, aliado ao capitalismo que estimula o consumo imediato de alimentos prontos, sem que se questione toda indústria que está por trás daquela comida, gera também o distanciamento afetivo e a falta de conhecimento sobre a cadeia alimentar como um todo. Sem que se tenha proximidade com o produtor rural e entenda os processos, não é possível o reconhecimento e valorização do seu trabalho.
Com o governo atual, as políticas do agronegócio se expandiram e a exportação cresceu, fazendo com que grandes empresários e latifundiários lucrem, enquanto pequenos agricultores continuem sem suporte. Além disso, há em curso um grande desmonte de órgãos ambientais, como o IBAMA e a militarização do ICMBIO, que repercute em sérios impactos nas leis de proteção à terra.
Cozinhas Solidárias MTST
Na contramão dessas políticas, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil (MTST) vem realizando desde o início da pandemia um trabalho junto aos agricultores rurais de abertura de cozinhas solidárias, que fornecem refeições saudáveis, nutritivas e gratuitas para moradores de periferias. Ao todo já foram construídas 16 cozinhas em diversas regiões do país, e a meta é chegarem a 26 no total.
A campanha para arrecadação de verba para o projeto está chegando ao fim, mas ainda é possível contribuir no site da campanha (https://apoia.se/cozinhasolidaria).
Pela plataforma eles também compartilham um pouco de todo trabalho já realizado até agora.
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