Na sua 3ª edição, o festival de cinema, “Sementes Griôs – Festival de Cinema Intercultural”, promove debates, exibição de filmes, contação de histórias e sessões de cineclube para abordar sobre a educação.
O festival é totalmente online e gratuito, e o público pode interagir com a produção através da ferramenta Google Meet.
Segundo a cineasta e uma das produtoras do evento, Ana Bárbara, serão exibidos 19 filmes, incluindo alguns títulos inéditos, além da interação com o público através das rodas de conversar online e uma vivência griô. “O Festival faz parte da nossa proposta pedagógica de ampliar o repertório audiovisual de educadoras e educandos, dando visibilidade para sensibilidades e modos de vida que sustentam o saber ancestral relacionado ao cuidado da terra e ao bem viver”, comenta.
Na trajetória da Semente nas comunidades em que atua, os saberes e fazeres da cultura oral se relacionam organicamente com o currículo escolar e com as práticas audiovisuais realizadas com os educadores e educandos.
Todas as informações sobre o Festival podem ser obtidas através da plataforma oficial: https://www.videocamp.com/ ou no site www.semente.educacaoaudiovisual.com.br
“O evento tem como objetivo promover um espaço de partilha de saberes e experiências das comunidades tradicionais quilombolas, indígenas e ribeirinhas, bem como o resgate da ancestralidade dessas culturas na educação formal, uma vez que a educação audiovisual é entendida como uma ponte entre os saberes da tradição oral e a construção de memórias coletivas”, explica Ana Bárbara.
O evento é uma realização da Semente– Escola de Educação Audiovisual em parceria com a Amora Produções, com apoio da Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa), através da Lei Aldir Blanc.
Festival acontece desde 2017
O Festival nasceu em 2017 como uma mostra de filmes do Quilombo Gurugi-Ipiranga, e já possui duas edições, com a exibição de mais de 30 filmes para um público de mais de 500 pessoas da comunidade.
Na nova edição, portanto, a 3ª edição, o festival é rebatizado com o nome Sementes Griôs, e o núcleo de sua realização é transferido para a capital João Pessoa e o evento se torna 100% online, ampliando assim o alcance de suas ações.
O nome do festival é uma referência direta e também uma homenagem aos mestres Griôs, que na tradição da história oral africana estão incumbidos de conhecer as histórias das comunidades e transmiti-las para as gerações mais novas.
Evoca-se, portanto, essas vozes e histórias para a construção do bem-viver e de territórios educativos que germinam práticas de valorização dos saberes de tradição oral, como nas narrativas contemporâneas da literatura africana, como é o caso da escritora moçambicana Paulina Chiziane, em seu romance Ventos do Apocalipse (1983): “Quero contar-vos histórias antigas, do presente e do futuro, porque tenho todas as idades e ainda sou mais novo que todos os filhos e netos que hão de nascer.”
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