Em 2020, um quantitativo de 237 pessoas LGBTQIA+ (1ésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta relacionada à sua orientação sexual ou identidade de gênero.
O levantamento dá conta de 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%) de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Os dados são do Grupo Gay da Bahia – GGB, que há 41 anos divulga o Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBTI no Brasil.
Crimes no nordeste
O risco de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ ser assassinada no Nordeste é quase três vezes maior do que no Sul. Bahia e Ceará estão entre os cinco estados mais violentos para as pessoas LGBTQIA+.
Segundo dados da Diretoria de Estatística e Análise Criminal de Crimes Violentos Letais e Intencionais, ligada a Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (SESDS) da Paraíba, foram assassinados 11 pessoas LGBTQIA+, em 2019. Comparado ao mesmo período, em 2020, foram registrados 17 crimes que vitimaram pessoas LGBTQIA+. O que mostra um aumento das estatísticas oficiais.
Até o primeiro semestre deste ano, quatro pessoas da comunidade LGBTQIA+ foram assassinadas só na Paraíba
De acordo com o mapeamento realizado pelo Coletivo MEL- Movimento do Espírito Lilás, com sede em João Pessoa-PB, o número de mortes com motivação de cunho LGBTfóbico, pode ser superior ao apresentado, o que pode ser considerado como uma subnotificação.
Isso se dá por falta de inclusão nos Boletins de Ocorrências da orientação sexual, identidade de gênero, como determina a Resolução nº 11, de 18 de dezembro de 2014, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis Transexuais – CNCD/ LGBT.
Saiba mais
Esta reportagem foi publicada no âmbito do Programa de Jornalismo de Dados de Segurança Pública oferecido pelo Instituto Sou da Paz, do qual participou a colaboradora da ANF- Agência de Notícias das Favelas, Priscila da Conceição Cardoso de Souza.
Os dados são da Diretoria de Estatística e Análise Criminal Crimes Violentos Letais e Intencionais da Paraíba, obtidos via Lei de Acesso à Informação.
Contribuiu com esta produção, Felipe Santos, jornalista, militante do Movimento Negro da Paraíba e coordenador geral do Coletivo MEL.
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