Começa no dia 17 de novembro, a exposição artística denominada Ocupação Ani é 10, resultado do primeiro romance do escritor Nelson Maca, que é o curador da exposição. A ocupação ficará na Casa do Benin – Pelourinho, em Salvador, das 10h às 16h, diariamente.
A exposição tem como ponto de partida o romance, mas passeia por outros livros do autor, sempre explorando a relação entre a palavra e a imagem, e reúne exposição com mostra de videoclipes, performances poéticas e oficina com o ilustrador paulista Alexandre De Maio, que deu vida ao personagem no livro Ani Todos os Fela do Mundo.
Pelas mãos de Alexandre, o garoto criado no Engenho Velho de Brotas, que se torna um astro da música internacional, ganha cores, formas e muita vida.
A mostra principal, no primeiro andar, reúne trechos, orelha, posfácio, capa e 15 ilustrações de Ani, em painéis de 50 cm X 70 cm, mostrando sua iniciação nos caminhos da música sacra do candomblé e da música pop.
Personagens como o mestre percussionista baiano Jorjão Bafafé, o dançarino Negrizu e os músicos Fela Kuti e James Brown fazem parte dos ensinamentos do garoto e estão em destaque na exposição.
Casa do Benin
A área externa do Casa do Benin recebe as mostras Go Afrika e Relatos da Guerra Preta ou Bahia Baixa Estação. A primeira será instalada na Tata Somba – moradia africana recriada pela arquiteta Lina Bo Bardi – e reproduz o libreto de poesia Go Afrika (Blackitude, 2019), com 20 impressões em tamanho 30cm x 40cm, unindo os textos e o trabalho de arte gráfica do designer Francisco Benevides, de Ilhéus.
E a segunda, que ocupa o pátio, traz fotos e ilustrações do livro de contos Relatos da Guerra Preta ou Bahia Baixa Estação (Blackitude, 2020), ilustrado por Francisco Benevides a partir do recorte e estilização de fotografias de Leo Ornelas. As fotos referenciais também compõem o acervo.
O aconchegante quintal da Casa do Benin também receberá bate-papos e performances, reunindo manifestações da poesia, música, dança e teatro negro. Serão encontros semanais, às quartas-feiras, a partir de 1 de dezembro. Os convidados são escritores e artistas resistentes, que lançaram obras ou estão produzindo eventos durante a pandemia da Covid-19.
Nelson Maca
“Como escritor e editor, me preocupo sempre com o objeto livro. Seu projeto gráfico, incluindo diagramação e arte, é parte de algo mais amplo que a escrita verbal. Desde que me aventurei a publicar meus livros, sou bem assessorado pelos designers Welon Santos, Francisco Benevides e Andrew Cesar. Em Go Afrika e Ani, considero Francisco e De Maio coautores. Eles elevam livros físicos à categoria de objetos de arte”, afirma Maca.
Já estão confirmadas as presenças dos escritores Alessandra Sampaio, Fábio Mandingo, Anajara Tavares, Jairo Pinto, Jocélia Fonseca e Valdeck Almeida de Jesus, os atores Leno Sacramento e Vera Lopes, o diretor de audiovisual Ricardo Soares, os músicos mestre Jorjão Bafafé, Prince Áddamo e Reyynam e as performers Lúcia Santos e Luiza Gonçalves.
Oficina com Alexandre de Maio
Com um trabalho de destaque nas áreas de HQ e jornalismo, o designer e ilustrador paulista Alexandre de Maio realiza palestra e oficina em Salvador, nos dias 18 e 19 de novembro. Batizada de Jornalismo em Quadrinho, a oficina gratuita tem 15 vagas e acontece das 14h às 17h.
Segundo Alexandre, a ideia é fazer uma oficina prática, com produção de pequenas reportagens em quadrinhos, uma de suas especialidades, que tem lhe rendido prêmios nacionais e internacionais e colaborações para veículos como UOL e Folha de São Paulo, Veja e Catraca Livre.
No dia 19, às 20h, Alexandre fala sobre técnicas de animação e seus últimos audiovisuais, para parceiros como Mano Brown, Emicida ou o recém-lançado clipe de Yo Te Amo, faixa inédita de Tim Maia em espanhol. As inscrições para a oficina acontecem de 11 a 15, pelos canais oficiais da casa do Benin e a seleção vai privilegiar jornalistas ou estudantes de jornalismo, desenhistas, grafiteiros, publicitários e afins.
Projetado na cena do hip hop paulista, Alexandre de Maio lançou em 1999 a revista RAP. Assinou capas de CD, revistas, programas de rádio, videoclipes e quadrinhos. Em 2006 lançou a primeira HQ, Os Inimigos não Mandam Flores (Ed. Pixel), em 2013 o livro Desterro (Ed Anadarco), ambos ao lado de Ferréz. Em 2018, lançou o livro de jornalismo em quadrinhos Raul (Editora Elefante).
A exposição fica disponível até dia 25 de fevereiro 2022, e faz parte da programação especial da Casa do Benin que integra a Festa Literária Internacional do Pelourinho – Flipelô.
Outras informações através dos contatos: blackitude@gmail.com – Whatsapp 71.992101487, Ana Cristina Pereira (99176-5755)
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