Se eu fosse você, nesta quinta-feira, dia 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, eu pegaria o trem, Uber, Táxi, busão, o que fosse e me dirigiria para o bairro de Oswaldo Cruz. A partir das 17 horas, vai rolar a Roda de Samba do Buraco do Galo em comemoração aos 25 anos de existência. Logo ali, na rua lateral do conjunto de prédios que ficam em frente à estação.
“O movimento cultural Samba do Buraco do Galo surgiu com o propósito de possibilitar aos compositores do mundo do samba, muitas vezes sem espaço na indústria fonográfica, interpretar suas obras, ter um espaço de reunião e interpretação, onde pudessem registrar cantando suas próprias obras. Para viabilizar essas gravações, cada um pagava uma cota, e foi assim que produzimos o primeiro CD, no início dos anos 2000, gravando dentro do boteco Buraco do Galo”. (Dica importante: tem no YouTube)
Essas palavras são do Elias José, um dos puxadores do movimento, junto com seu irmão Edinho Oliveira. Elias, além de morador do conjunto residencial da CEHAB, onde está localizado o Buraco do Galo, também é Presidente do Grupo Afro Agbara Dudu, Quilombo Urbano localizado na Praça Paulo da Portela. Oswaldo Cruz é terra fértil do samba, manancial inesgotável, território-tesouro da cultura brasileira, terra do gigante Candeia e de Paulinho Xuxu, Carlito, Paulo Vizinho, Preto Maneiro, Jorge Presença, Henrique Badá, Edinho Oliveira, Valmir Vignoli e outros bambas desta mina de ouro do samba.
“Nós nos autodenominamos Operários do Samba, porque passamos o pão que o diabo amassou, há algumas gerações, para que o samba ocupe o espaço que hoje detém na sociedade, muito embora, para os operários, as dificuldades permaneçam”, afirma Elias.
Nos anos 90, surgiu o movimento “Acorda, Oswaldo Cruz”, articulação social-político-cultural dos moradores que se organizaram para lutar por creche, posto de saúde, linhas de ônibus, rampas de acesso à estação, iluminação pública, entre outras. Deste embrião de luta surgiu o Pagode no Trem, a Roda de Samba Buraco do Galo e outras iniciativas.
Mas eu, que me chamo Galiña, fiquei com uma dúvida: por que este nome Buraco do Galo? Antes de se tornar o histórico botequim, no local funcionava um aviário, que faliu, ficou um tempo abandonado e depois virou este singular berço do samba carioca de Oswaldo Cruz.
Portanto, fica a dica imperdível: Dia 2 de Dezembro, vá curtir a roda de 25 anos do Buraco do Galo! É História do Samba ao Vivo!
Endereço: Rua Dona Vicência, Oswaldo Cruz. A partir das 17h.
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