O que precisamos de fato é dar voz para aqueles que não tem voz, aqueles que são aprisionados pelo medo e estão esquecidos, nós favelados.
Na maioria dos discursos políticos, daquele que eu me recuso a dizer o nome, quando o assunto é favela, a primeira palavra que sai da boca é segurança pública. Mas afinal, a favela precisa só de segurança pública?
É triste pensar em um candidato que vê a favela como um problema ou um mal que só será resolvido se for exterminado. E mais triste ainda é pensar que pelas redes sociais reverbera esse discurso de ódio em torno da população que mora nesses territórios.
Não pense você que caso eleito, acabará o crime, o tráfico de drogas e a corrupção, o buraco é bem mais embaixo, pois não são nas favelas que encontramos “os bandidos”. Na favela temos pessoas de bem, que trabalha, que estuda, que deseja um país melhor, que querem ser tratados dignamente com todos os seus direitos, afinal pagamos nossos impostos.Doí saber que ainda existem pretos, pobres e favelados que se alimentam dessa falsa esperança, mesmo com toda vivência de favela, me espanta essa ingenuidade de um povo que sofre tanto nas mãos da máquina manipuladora governamental.
Pesquise, se posicione, debata, fale, grite, mas, não deixem que tirem nossos direitos, que calem nossa voz, que matem os nossos. Quanto sangue será derramado para você entender que ele não vai lutar por você? A favela não terá vez!
Então, o que a favela precisa? Precisa de uma política séria, que não pense apenas em segurança pública como guerra, polícia, intervenção e medo. Mas, segurança pública como saúde, assistência básica, moradia, educação, saneamento, oportunidade, lazer, projetos sociais, igualdade, esportes e um belo plano de gestão aonde o governo do estado e federal consigam dialogar trazendo recursos para o estado como um todo.