Localizada na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, a aldeia urbana foi erguida por indígenas de diferentes etnias, em 2006, no terreno onde era abrigado o antigo Museu do Índio. Muito se falou sobre a aldeia, em 2013, quando o terreno foi alvo de disputa a partir da intenção do governo do estado do Rio de derrubar o prédio para construção do Complexo do Maracanã, que receberia partidas da Copa do Mundo de 2014.
Após o anúncio da medida polêmica, indígenas e inúmeros movimentos populares resistiram. A reação, que gerou diversas ocupações e desocupações do terreno, fez o ex-governador Sérgio Cabral voltar atrás e prometer a implantação de um centro cultural do índio. Mas, quatro anos depois, recheados de escândalos de corrupção no estado, nada foi feito. Os indígenas permanecem no local e aguardam o resultado de um processo judicial para que consigam a posse definitiva do terreno. O julgamento deve acontecer em fevereiro.
CRIME DE ÓDIO
Nas últimas semanas, populações indígenas vem sofrendo uma série de ataques e ameaças das mais diferentes esferas dos governos. Um dos ataques foi feito pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), o mesmo que destruiu uma placa em homenagem a Marielle Franco em um ato de campanha. Ele afirmou ao jornal “O Globo” que a Aldeia Maracanã é “lixo urbano” e defendeu que a área seja utilizada com atividades que visem lucro.
‘Aldeia Maracanã é lixo urbano. Quem gosta de índio, vá para a Bolívia’, diz Rodrigo Amorim
As afirmações do deputado geraram indignação e chegaram a ser respondidas pelo próprio presidente do país, Evo Morales. “Lamentamos o ressurgimento da ideologia de supremacia racista. Perante a intolerância e a discriminação, nós povos indígenas promovemos o respeito e a integração. Temos os mesmos direitos porque somos filhos da mesma Mãe Terra”, escreveu Morales no Twitter….