Já vai algum tempo em que coordenei um grupo de jovens no Santuário Carioca Nossa Senhora da Conceição do Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro. Éramos felizes, garotos e garotas construindo uma caminhada com amor e espiritualidade para sociedade carioca.
Com pouco menos idade que eu, mas no meio de nós, encontrava-se o menino Wagner. Dei algumas aulas para ele no grupo da perseverança e não demorou muito para que ele escolhesse o seu verdadeiro caminho. Foi para o seminário.
Tempos depois ele reaparece . Desta vez como padre. Padre Wagner. E para minha surpresa Pároco da Igreja de São Jorge na Praça da República centro do Rio. Além de Pároco também Capelão do Corpo de Bombeiros no Quartel General. Juro que fiquei orgulhoso e muito feliz. Afinal, foi um bom aluno meu.
Dia 23 de abril, Capadócia em festa. Fomos comemorar: eu Rumba – guerreiro social, ele Wagner – guerreiro espiritual. Em comum, guerreiros de Jorge. Tudo transcorria bem, até que no percusso da procissão, o semblante do Padre Wagner mudou. Olhei para ele e descobri que observava os cavaleiros da Polícia Militar á frente da procissão. Não perguntei, mas entendi o porque daquela tristeza. É que a Polícia Militar escolhera logo São Jorge para patrono.
Esta polícia encontra-se no topo do ranking da extorsão policial no país. Do total de 32,2% são do Estado. afirma reportagem do jornal Extra. Foram ouvidas 78.000 pessoas nos 26 Estados e no Distrito Federal.
A polícia respondeu que tem sido rigorosa a ponto de 2012 “ter quebrado o recorde histórico de policiais excluídos em 203 anos de história da corporação: 312 policiais foram expulsos”.
Nenhuma instituição coerente afirmaria com orgulho que este número de expulsão seja a forma mais perfeita de correção. O que fica cada vez mais evidente é que este “caixote” tem muito mais fruto putrefato para ser jogado na lama comum desta história.
Portanto, podemos afirmar que a Capadócia está de luto. Resta-nos então padre Wagner, ajoelharmos juntos e pedir o fim desta militarização. Salve Jorge!
RUMBA GABRIEL