A crise da literatura

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O brasileiro não tem o hábito de ler, uma pesquisa feita em 2015 pelo Ibope revelou que 44% da população não lê e que 30% da população nunca tinha comprado um livro. Apesar do número de leitores ter aumentado em relação a 2011, quando 50% da população era leitora, ainda é um número pequeno de leitores no país. O tempo para se dedicar a leitura também é um problema numa sociedade como a nossa, em que as redes sociais têm o feed infinito, ou seja, tem sempre algo novo para ver e em que parte da população passa mais tempo fora do que dentro de casa.

O preço também é um dos motivos para a baixa leitura dos brasileiros. Um livro hoje custa em média R$34 reais, o que apesar de parecer barato, não é, esse valor corresponde a 3% do salário mínimo do brasileiro. Grande parte das pessoas que recebem apenas um salário mínimo não podem tirar esse dinheiro para comprar um livro. Na escala de importância para a família, o livro não está nos primeiros colocados. Isso faz com que esse número expressivo de pessoas que nunca compraram um livro exista.

Em outubro as livrarias tiveram uma grande baixa, a Livraria Cultura fechou as portas de uma das filiais mais tradicionais do Rio de Janeiro, a livraria do centro da cidade, o prédio era enorme e contava com andares diferentes para cada tipo de livros além de salas para estudos e reuniões. A Livraria Saraiva também teve que fechar algumas portas, porém teve um número mais expressivo, fechou pelo menos vinte filiais pelo Brasil. Essa é uma crise alarmante para a literatura, a falência de livrarias tradicionais mostra que está ficando insustentável viver de venda de livros no país.

Livraria Cultura. Créditos: Reprodução da Internet

O país passa por uma grande crise econômica, e alguns cortes precisam ser feitos na economia familiar, e é normal que alguns setores de vendas fiquem prejudicados, porém para uma tão expressiva falência são necessários mais do que cortes de algumas famílias aos livros. Essa crise da literatura mostra que o brasileiro de classe média ou alta não têm priorizado a literatura como forma de entretenimento ou de aprendizado, hoje a internet já ocupa majoritariamente esses espaços.