Nas últimas horas, um nome já conhecido da população ganhou destaque nos noticiários: Eike Batista. O empresário foi acusado de envolvimento no esquema de desvio e lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral, que se encontra preso complexo penitenciário de Bangu.
É quase cinematográfica a construção do “mito” de Eike e as nuances de seus caminhos: quase uma versão brasileira de O Lobo de Wall Street. Seu nome começou a ganhar evidência como sinônimo de empreendedorismo, sucesso e riqueza. Chegou ao topo do topo: foi considerado o homem mais rico do Brasil e o oitavo mais rico do mundo, num patamar dar inveja ao clã dos Marinho (plim-plim!).
Em cinco anos, viu seu império ruir. Dono de empresas dos setores de petróleo e gás (curso de formação muito em moda há alguns anos, lembra?) e até do ramo do entretenimento, não conseguiu dar conta das expectativas que criou ao abrir o capital de suas empresas na bolsa de valores. Vendeu otimismo, mas a entrega foi de prejuízo, com frete altíssimo incluso. Suspeita-se de que Eike participou de um esquema de lavagem de US$ 100 milhões no exterior. E assim, se tornou sinônimo de crime.
Sua ligação com Sérgio Cabral tem nuances interessantes. Eike, torcedor do Botafogo, teve participação na gestão do Maracanã e foi um dos grandes financiadores das UPPs. O efeito dominó veio em larga escala.
Em tempos em que se vê uma crise grave no Estado do Rio, com salários e pagamentos atrasados nos mais variados setores, ver os últimos acontecimentos só evidencia o quão nefasto e sujo é o tal alto escalão do poder. Desvios, sonegações absurdas, lavagens de dinheiro… Tudo por interesses mesquinhos.
A máquina continua moendo gente pobre, preta e favelada de diversas formas. Essa conta não é da população. Estamos mais para seus credores.