A relação entre o prefeito Marcelo Crivella e a cultura carioca começou mal. No evento de posse da secretária municipal de cultura Nilcemar Nogueira, o prefeito recebeu vaia e comentários revoltados após dizer que artistas viviam de sorrisos e aplausos.
Era só um sinal do que estava por vir.
A gestão da Nilcemar também conseguiu desagradar a todos. Ela desqualificou e bateu de frente com artistas que lutavam pelo direito de receber um edital lançado na gestão anterior. Foram muitos encontros em que a secretaria mostrou uma postura vexatória, incompatível com o cargo, agressiva, arrogante. Até e-mails circularam acusando-a de assédio moral a funcionários da secretaria.
Isso sem falar na sua verdadeira obsessão em construir um museu sobre a escravidão, que ainda teve a infâmia de chamar de MEL – Museu da Escravidão e Liberdade.
O edital do Programa de Fomento às Artes não foi pago. O calote foi dado. Uma vergonha. Mas a Nilcemar segue no cargo… Fazendo o quê? Ninguém sabe.
Agora, o prefeito Crivella mostra o seu lado censor, medieval, atrasado. Lança um vídeo na internet dizendo que impedirá o Museu de Arte do Rio (MAR), que é uma iniciativa da Prefeitura, de abrigar a exposição “Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira”, alvo de ataques em Porto Alegre (RS). O vídeo é um horror. Nunca vimos com tanta clareza o obscurantismo do prefeito.
Ou a cultura do Rio de Janeiro parte para o enfrentamento, ou o desmonte será completo. Artistas de toda a cidade, globais e das ruas, do circo, do teatro, da dança, da televisão, da performance… Todos! Todos devem se unir para enfrentar esse prefeito medieval e sua secretária de cultura que nada faz.