Quem nunca brincou o carnaval? Ora antigamente só brincava o carnaval quem gostava de samba ou marchinhas. (Eu mesmo, era daqueles que não gostava de brincar o carnaval porque só tocava sambas e marchas. Hoje sou um dos maiores amantes do carnaval graças a essa democracia musical, e aprendi assim, a gostar das marchinhas) De uns tempos para cá, com a adesão de vários estilos musicais no carnaval carioca, você pode ser até ruim da cabeça e doente do pé. Basta seguir os diversos blocos que vão desde o mais puro rock’n roll, afrobeat, brega, sertanejo e música latina e por aí vai… As ruas estão aí para você ser o que quiser e brincar do que quiser também. Aqui a alegria e a descontração descompromissada é o limite.
Mas nesses últimos dias que tenho ido à Marquês de Sapucaí, notei que aqui a brincadeira é muito mais séria. Não que os integrantes das escolas de samba do grupo especial não se divirtam. Claro que se divertem, mas eles estão ali para antes de tudo defender as cores da sua escola querida. É muito emocionante você ver a concentração das Baianas antes de entrarem na avenida. Assim como a Velha Guarda. Os olhos de quase todos estão marejados de tanto que seguram a emoção para não deixarem cair as lágrimas. A rapaziada da bateria também demonstra certa ansiedade, afinal eles sabem que para a escola arrebentar na avenida, eles precisam quase alcançar a perfeição rítmica. As rainhas e madrinhas de bateria são um show a parte e atende à todos presentes na concentração om muita simpatia e beleza. Mas também não escondem o nervosismo. Os empurradores de carros alegóricos conversam entre si como se estivessem formulando uma tática de final de campeonato. Talvez a ala mais descontraída seja a das crianças. Para molecada não tem tempo ruim. Brincam literalmente na avenida; Essa é a grande diferença entre o carnaval de rua e da avenida. Nas ruas a gente sai para brincar. Na avenida os integrantes saem para vencer o campeonato. E os verdadeiros campeões somos nós foliões de todos os gostos.