À primeira vista, é impossível dizer o que está por trás das 47 unidades de saúde existentes no município de Duque de Caxias, pois, com fachadas novinhas, elas escondem atendimentos péssimos e acumulam histórias dolorosas para muitas famílias.
No site da Secretaria Municipal de Saúde, parece tudo muito organizado. Uma transparência que não explica a quantidade de reclamações recebidas por instituições da sociedade civil da região. “Falta medicamento e insumos, as unidades estão superlotadas e há baixo investimento na área”, afirma Cleber Silva, presidente do polo de atendimento Social Love.
A gestão governamental é conhecida pela população, pois comandando a Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro está Washington Reis, que possui condenação no STF por crime ambiental. Por ter assumido uma secretaria no governo do estado, seu vice Wilson Reis assumiu a prefeitura de Caxias.
Usuários relatam problemas e piora no atendimento
Em 2021, a prefeitura de Duque de Caxias assumiu a gestão do Hospital Adão Pereira Nunes, mas o que estava ruim conseguiu piorar. Hoje, nem mesmo operações de emergência são realizadas no local. “Minha sogra teve que ser transferida para Nova Iguaçu para realizar seu procedimento. Agora a história se repete com minha esposa, que precisou colocar pino em seu tornozelo”, relatou Mauro Mendonça, morador de Saracuruna.
Os problemas são antigos quando se trata da saúde caxiense. Famílias sofrem com a ausência dos seus por incapacidade dos profissionais que estão à frente dos processos de decisão, como dito por Ângela Assis, que afirma que “as emergências estão sobrecarregadas”.
Ela e seu filho Cleyton sentem saudade do patriarca, que poderia estar com eles se não houvesse a intervenção equivocada de uma funcionária: “Na UPH de Campos Elísios a cardiologista mandou internar meu marido e a assistente social não permitiu. Colocou a gente para fora como cachorro. O resultado disso foi um AVC e um agravamento da saúde de meu marido, que faleceu depois desse triste episódio”, conta Ângela.
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