A Casa do Carnaval é um museu com quatro pavimentos (térreo, primeiro andar, terraço e subsolo) enriquecidos de informações identitárias, étnico e racial dos participantes que contribuem de forma direta ou indireta para realização da maior festa momesca do mundo.

Crédito: Ubiraci Santos. Fachada da Casa do Carnaval

Inaugurada em 2018, e sob a curadoria de Gringo Cardia, a Casa do Carnaval funciona de terça a domingo e feriados, das 11 às 19h, no Centro Histórico de Salvador, entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé, ao lado do Plano Inclinado Gonçalves, na Praça Ramos de Queirós.

Visitantes, artistas, turistas, guias de turismo, estudantes e pesquisadores ao passarem pelo guichê são gentilmente recepcionados por monitores. A partir daí inicia-se uma “viagem” visual e sensorial nas instalações do museu, no intuito de conhecer os principais acontecimentos históricos sobre o carnaval em Salvador, interior baiano e Rio de Janeiro.

Diferentes alas da Casa do Carnaval mostram aspectos culturais, artísticos, musicais, sociais e econômicos que potencializam a realização do carnaval de bairros e dos circuitos oficiais a exemplo do Mestre Bimba, Batatinha, Orlando Tapajós, Dodô e Riachão.

Crédito: Ubiraci Santos. Casa do Carnaval

Também se encontram nas alas da casa, histórias dos blocos de trios, índios, afros, afoxés, escolas de samba, fanfarras, acervo de figurinos, de bonecos e livros, esculturas, fantasias dos “Caretas de Maragogipe” e dos “Cães de Jacobina”, instrumentos musicais, cinema interativo, miniaturas de personagens (garis, vendedores ambulantes, foliões pipoca e outros).

É possível conferir de perto uma das camisas utilizadas durante um desfile do cantor do grupo Harmonia do Samba, Xanddy, um tênis do músico Igor Kannário, a vestimenta de Tays Reis, da Banda Vingadora, ou o apito e boné de Netinho, entre outros adereços. Há roupas e fantasias de Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, de afoxés e blocos afros.

“Tenho interesse em visitar a Casa do Carnaval com objetivo de obter mais conhecimentos sobre a história dos artistas dos antigos carnavais e depois repassar os conhecimentos para outros interessados, inclusive na nossa rádio comunitária (Nossa FM). Pretendo abrir espaço para realização de debates sobre a temática”, afirmou o locutor oficial do Circuito Mestre Bimba, Cláudio Lima, 47 anos, morador do Nordeste de Amaralina, em Salvador.

Crédito: Ubiraci Santos. Entrada da Casa do Carnaval

“Origem do Carnaval da Bahia”, narrado pelo músico Jerônimo; “Carnaval das Elites nos Salões e nas Ruas”, tem como narradora Marcia Short; “Afoxés do Séc. XIX e o Carnaval Popular”, por Alberto Pitta; “Celebrando o Samba, Blocos, Cordões, Escolas de Samba, Blocos de Índios”, voz de Mariene de Castro; “A Praça Castro Alves”, por Márcio Victor; “Economia, Tecnologia e Gestão da Festa, Circuitos do Carnaval”, narração de Antônio Carlos Magalhães Neto; e outras.

Para melhor aproveitamento do recorte histórico e temático do carnaval durante visita no museu é necessário o uso de fone de ouvido cedido pela própria instituição.

Existe uma área no terraço do museu reservada para realização de eventos, com uma vista panorâmica para Bahia de Todos os Santos de onde é possível registrar a paisagem através de fotos e/ou vídeos.

“Não conheço a Casa do Carnaval, mas pretendo visitá-la para ampliar meus conhecimentos sobre a temática do carnaval”, disse o diretor do bloco Carnavalesco “Você Bebeu!”, Jobson Silva, 49 anos, morador da Santa Cruz.