A fé sendo intolerante com a fé

Créditos - Arquivo Pessoal

Nestes últimos anos, o Brasil tem vivido uma enorme disseminação do ódio entre as pessoas. A palavra “intolerância” é hoje uma das mais usadas quando o assunto é ligado a sexualidade, cor da pele, classe social, etnia, política e religião.

E as religiões de matriz africana são as mais atacadas pelos intolerantes, tanto na internet, como no mundo real.

Muitos candomblecistas e umbandistas relatam que evitam sair às ruas com suas roupas brancas e seus fios de contas (colares feitos de miçangas, as chamadas guias) por medo de sofrerem agressões verbais ou até mesmo físicas. Eles afirmam que muito desses ataques são cometidos por fiéis de igrejas evangélicas, não só agredindo as pessoas com trechos bíblicos, praguejando, mas também em seus terreiros, promovendo cultos em frente às casas.

Nestes últimos anos, no Rio de Janeiro, mais precisamente na Baixada Fluminense e em São Gonçalo, grupos intolerantes estão intensificando os ataques aos terreiros de candomblé e umbanda, proibindo a prática das sessões, obrigando a fecharem seus terreiros etc.

O Brasil não tem uma religião definida, a Constituição Brasileira de 1988 diz que o Estado é laico, e que cada cidadão brasileiro tem o direito de cultuar a sua fé, independentemente de qual seja. Assim, o Estado deve ser neutro, totalmente imparcial no campo religioso. Os governantes não devem defender essa ou aquela religião, e sim, defender que todas sejam respeitadas.

Em conversa com um Zelador de Santo, Pai Carlos D’ Xangô Aganjú, ele relata como está lidando com toda essa intolerância religiosa que ocorre no estado do Rio de Janeiro.

“[…] nós estamos começando a ter voz para falar, mas tem muita igreja evangélica que também sofre preconceitos. A intolerância está em todos os lugares. È claro que na nossa religião passou a ser maior devido até o sistema político, a forma como está sendo feita a política no Brasil…E assim, as religiões de matriz africana há séculos vão existindo e resistindo no Brasil, em especial no Rio de Janeiro. Mas clamamos que um dia a paz reine.”, desabafa Pai Carlos.

Pai Carlos é o único de sua família adepto a religiões de matriz africana, é filho de pais fiéis da Igreja Batista. Ele mantém seu terreiro de Umbanda há exatos 13 anos.

*Matéria do Jornal A Voz da Favela, edição de Julho de 2019

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Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.