Sexta-feira, 26 de abril de 2019, Brasil, século XXI : “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta” , publicação do presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, em sua conta do twitter.
Este mais novo post refere-se ao estudo proposto pelo ministro da educação, Abraham Weintraub, em reduzir as verbas para os cursos de filosofia e sociologia, podendo estender-se aos demais cursos de humanas. Na visão do ministro, se faz necessário investimento maior em cursos de engenharia, veterinária, enfermagem e medicina, que geram retorno de fato.
Esse discurso totalitário e capitalista caracteriza o seguinte: não se pode refletir. O povo deve ser ensinado propriamente a repetir. Não se pode questionar. Um adestramento. Uma violência simbólica. Sim, violência! Que legitima e assegura o domínio de uma classe. E apesar do poder simbólico caracterizar- se pela invisibilidade, está aí, nítido, escancarado para se “apreciar” e “obedecer”.
Ignorar o campo universitário como um importante espaço de desenvolvimento crítico, e enxergá-lo apenas como gerador de renda direta para o país é mais uma tentativa de privar o povo do conhecimento. Sejam todos alienados. Este é o lema! E isso não é à toa.
A função do governo é promover meios que cooperem com o desenvolvimento do cidadão na sociedade, onde, para além dos deveres, os direitos fundamentais da pessoa humana sejam garantidos. Pensar sobre si e sobre o mundo, atravessando o imediatismo e analisando os diversos comportamentos do homem dentro da sociedade é fundamental.