Quando se fala em Maracanã, geralmente as pessoas pensam no Estádio Jornalista Mário Filho, palco de grandes eventos esportivos, porém muita gente talvez não saiba que, ao lado do templo do futebol, existe uma aldeia e uma universidade indígena. Nossa redação fez contato com Mônica Lima, uma mulher, mãe, indígena e professora na instituição, que nos contará um pouco sobre sua experiência. Logo de início, descobrimos que eles aplicam uma metodologia própria dessa cultura, baseada na coletividade, em que todos trabalham e constroem as coisas juntos. Esse fato é importante, pois ”tem tudo a ver com o plantio, o lidar com a terra e com essa visão espiritual que a gente tem; essa coisa das várias dimensões que perdemos no nosso dia a dia”, diz Mônica.
Mergulhando no assunto, é interessante falar que eles contam com um laboratório socioambiental, aulas de astronomia e cursos de indígena, só que não possuem recursos próprios. O que há são parcerias com universidades e sindicatos ou apenas os próprios membros agindo de forma autônoma, enfrentando muitas dificuldades para poder se manter. Assim, a professora pontua que “É um movimento de resistência que recebe ataques do Estado há muito tempo, porque o que eles querem fazer ali (no local da Aldeia) é um shopping/estacionamento, mas nós, indígenas, sempre estaremos ali”. Dessa forma, todos os dias eles se comunicam com seus antepassados através da fogueira e diante dela fazem assembleias com as crianças e os mais velhos.
Por fim, só nos resta analisar como estão perdendo espaço aqueles que estão aqui desde que o Brasil se entende como país.
*Matéria exibida no jornal A Voz da Favela Edição de Julho de 2019.