Desde 2013 as forças conservadoras no Brasil reapareçam com bastante entusiasmo e sem nenhum constrangimento em propagar suas bandeiras, e dentre elas, a retirada de direitos duramente conquistados pelas trabalhadoras e trabalhadores.
Uma das marcas do conservadorismo no país está profundamente associada ao passado escravocrata que tem ressonância ainda na atualidade: o racismo. E tem se manifestado pelas elites através do ataque às cotas raciais.
O argumento é de que deveria existir cotas sociais e não raciais, pois soa como privilégio. Na verdade, as cotas raciais é uma inicial reparação histórica à população negra que edificou esse país e que no Pós-abolição foi largada às margens, uma vez que o governo não assegurou o seu destino social.
São 500 anos de desigualdade social, nunca houve igualdade de condições e as cotas raciais é uma forma de reparação. Desse modo, se você luta contra as desigualdades só terá coerência se a luta pelas cotas raciais também lhe tocar, no contrário, também estará ajudando a manter a atual ordem que tem o racismo como elemento estrutural para a desigualdade social.