No dia 20 de junho de 2018, mais uma vez correu sangue nos becos, vielas e ruas da Maré. A operação conjunta da polícia civil e do exército resultou em sete mortes, dentre eles, um adolescente de quatorze anos. Sim, mais vidas foram ceifadas, mais mães, esposas, filhos estão chorando a dor da perda de um ente querido.
Marielle, que era cria da Maré, como ela mesma dizia, indagava quantos mais terão que morrer para essa guerra acabar? Militante/ ativista dos direitos humanos, lutava para ter fim o extermínio da população que ali moram, em especial, jovens e negros. Esse discurso de guerra é para nos convencer de que se há uma guerrra, logo, há confronto entre adversários que, supostamente estão em pé de igualdade no combate. Marielle sabia que não se tratava de guerra e sim de extermínio, mas quando perguntava tal questão, era porque se dirigia a quem falaciava dessa guerra.
Mais sete vidas se foram, assim como em 2017 foram oito assassinatos pela polícia no Jacaré. Moradores da Maré relatam a ação brutal e truculenta, afinal, o que explica helicópteros sobrevoar uma área e atirar de cima para baixo a esmo? O braço armado do Estado nem mesmo faz mais questão de escamotear seu objetivo de assassinar a população que deveria proteger.
No final da noite diversos moradores protestaram na Linha Amarela pelas mortes, o país deveria ter se incendiado, deveríamos todxs ir às ruas e pedir o fim da polícia militar e reivindicar uma outra forma de segurança pública que preze pelas vidas e não as mate. Não podemos naturalizar essas ações criminosas, não podemos aceitar que mortes de jovens negros seja normal. Maré sangra e nossas mãos também estão sujas de sangue, pois se nada fazemos, estão consentindo a ação genocida do Estado pelo seu braço armado. Maré resiste!!!