A quem interessa uma polícia militarizada no Brasil? Todos os estudiosos em história sabem de cor a origem desta coisa. Nasceu dentro de um reino e comandado por um rei covarde. Dom João VI. Nasceu para proteger suas propriedades e caçar negros fugidos das garras dos brancos proprietários de escravos e terras. Exatamente no ano de 1808. Esta marca os negros carregam até os dias de hoje infelizmente. Alguns racistas da atualidade preservam inclusive a nojenta máxima a qual nos diz que: – negro correndo é ladrão, branco é atleta.
Um certo caso para ilustrar a história. Certo dia um negro atleta, turista em nossa cidade, treinava para participar de uma prova de corrida. Perdeu-se no trajeto e foi parar no meio da multidão que rotineiramente transitava no seu vai e vem. De repente o jovem atleta esbarrou em alguém que não exitou em gritar: – Paga ladrão! Pega ladrão! Foi um Deus nos acuda! Ou valha me Deus Nossa Senhora! Cada um na sua fé dava uma versão diante do assombro.
A polícia militarizada surgiu rapidamente a fim de intervir no fato. Resultado, algemou o negro e lhe deu voz de prisão. O negro carregava em sua mão apenas um cronômetro para controlar seu rendimento. Que constrangimento! Isto porque até que o negro explicasse o motivo pelo qual encontrava-se correndo entre a população, já estava diante do branco delegado de polícia que apesar das evidências, ainda assim lhe fez inúmeras perguntas ridículas.
Parece que o hoje o único motivo para justificativa de uma polícia militarizada é o cabide de emprego para que os filhos da classe média se tornem oficiais dessa coisa.
Não existe outra explicação cabível, pois somos uma sociedade civil diante de um Estado Democrático de Direito frente de uma Constituição cidadã promulgada em 1988, onde o Artigo V, é constituído de vários incisos que tratam de direitos e garantias. Neste, fica claro que não cabem dentro desta sociedade racismo, discriminação e qualquer tipo de homofobia.
Militarizar uma polícia é o mesmo que voltar no tempo e trazer para o mundo de agora, as atrocidades cometidas por regimes autoritários, arbitrários e executores de injustiçados negros e militantes políticos. Nestes dois grupos encontram-se inúmeros desaparecidos.
Em 1973, fui militar do Exército servindo em um quartel que mantinha centenas de presos políticos com as torturas físicas e psicológicas do regime. Eu era testemunha ocular daqueles fatos deprimentes. Conclusão, fazendo uma alusão ao personagem capitão Nascimento do filme Tropa de Elite – pedi pra sair dando baixa ao serviço militar.
Retorno ao tempo é sinônimo de retrocesso histórico. Nossa sociedade não pode mais conviver com este “Estado Autoritário” mantendo uma decadente e sem sentido polícia militarizada. O próximo grito das manifestações nas ruas a partir do dia 20 de novembro consagrado a Zumbi dos Palmares – Consciência Negra de todo o país deverá ser “QUEREMOS JÁ, JÁ, JÁ, O FIM DA POLÍCIA MILITAR”!
Obs.: Na próxima semana falaremos sobre Anistia Internacional das Favelas.