Como a TV elitiza o seu púbico e joga o povo para o rádio.
No Brasil, está cada vez mais difícil de ver uma partida de futebol. Isso porque a maioria vai ao ar nos canais fechados, onde as emissoras cobram por assinatura. Dessa forma, como na rede aberta não passam muitos, resta àqueles que não podem pagar acompanhar os torneios pelo rádio. Porém, nota-se que essa atitude é para privar o acesso daqueles que não dispõem do mesmo pode aquisitivo, fazendo uma espécie de seleção na audiência.
As famílias gostam de se reunir em frente à TV para ver o seu time em campo. Geralmente aos domingos, é muito comum esse ato, graças à rede aberta. No final de tudo, o torcedor pode terminar feliz ou triste com o resultado, mas com a certeza que deu todo seu apoio para o seu clube do coração. Isso é comum principalmente em lugares como os subúrbios, onde há o hábito assistir dentro de casa ou na rua em clima de verdadeira festa.
Infelizmente, mesmo com boa audiência, as emissoras estão investindo exponencialmente em partidas nos canais pagos. Com isso, acontece de só assistir quem tem dinheiro para arcar com o contrato. A partir daí, percebemos a elitização do esporte, onde os menos favorecidos não conseguem acompanhar as imagens do espetáculo por completo.
Por outro lado, podemos perceber que o rádio é um companheiro do brasileiro. Até em estádios, é comum ver alguém com o seu, seja de pilha ou no celular. Com a quantidade de eventos se tornando privados, ele se tornou uma saída e assim os ouvintes terminam criando um vínculo com os locutores. É uma maneira que o torcedor que se encontra sem dinheiro encontra de acompanhar as partidas, mesmo que só tenha o áudio.
Portanto, vemos como as emissoras de televisão setorizam o público, para que a qualidade do serviço fique dentro do que cada classe social pode lhe compar. É interessante se pensar nisso, pois elas controlam os principais meios de comunicação, ou seja, é possível controlar o que todas as parcelas da sociedade assistem. Mas, saudando Beth Carvalho “ levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
