Ontem, oficialmente, começou o carnaval 2016 na Marquês de Sapucaí. Pelo grupo A desfilaram as escolas: Acadêmicos da Rocinha, Alegria da Zona Sul, Unidos do Porto da Pedra, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos do Viradouro, Renascer de Jacarepaguá e, fechando, Império da Tijuca.
Todas as agremiações desfilaram com a determinação de quem deseja voltar ao carnaval do ano que vem pelo Grupo Especial. E fizeram bonito.
Destaco a bela homenagem que a Unidos do Porto da Pedra fez ao palhaço Carequinha. Em especial porque pude encontrar muitos amigos e amigas, nascidos em favelas, fazendo a alegria da criançada através da arte milenar do circo, que faz todo mundo gargalhar. Poder ver meu amigo de infância Renato Ferreira, criador do personagem Topetão, como um dos destaques, é algo que lava a alma de quem acompanha de perto a trajetória desse brasileiro que não desiste da alegria deste país. Renato nasceu e cresceu na mesma favela que eu, Vigário Geral. Lá, pelos idos anos 80, ele era um simples menino que tinha como oficio ser magarefe (aquele que trabalha em aviário) e sonhava, assim como eu, em ser alguém na vida. Ele não só passou a ser alguém na vida, mas sim, ele é um dos grandes responsáveis por conseguir a façanha de ter mais de 80 profissionais de circo trabalhando com dignidade em grandes parques de diversão da Europa.
Topetão prova que a arte supera qualquer dificuldade, e que só ela é capaz de criar um belo enredo de vida.
Salve a arte e viva o brasileiro(a) que durante o ano inteiro transforma suas fantasias em uma bela história real. É ele(a) o verdadeiro rei e rainha do carnaval.