Estamos todos assustados com os atuais acontecimentos no Rio de Janeiro. E principalmente na Zona Sul, depois de um senhor ser morto a facadas por um menor de idade. Por trás de uma morte sem nenhuma pena e sem nenhum escrúpulo, acho que existe muito mais por trás de um adolescente que mata pela vontade ou pelo simplesmente prazer de matar.
Não estou de forma alguma tirando a dor da perda de um ente querido e sequer acho que isso tenha que passar impune. Porém, existem questões sociais que devem ser pautadas: a violência não é de hoje, isso é fato. Só que hoje em dia, os assassinos não só matam, mas tem ódio da nação. De onde vem esse ódio todo? Vem de uma família desestruturada? Esses adolescentes têm alguma coisa a perder? E a educação de casa? e a que vem da escola? Todos nós sabemos que esses meninos não possuem nenhuma situação que os lucrem. A cada dia que passa, o mundo se desestrutura. E a culpa é da sociedade. Não adianta só culpar o governo – que tem o seu punhal de culpa, mas as pessoas precisam ter em mente que é necessário diminuir a carência em todos os meios que fazem um cidadão se sentir realmente ALGUÉM no nosso país. Porque estamos rodeados de “seres invisíveis” que só são visíveis nas capas de jornais e nos noticiários matando ou roubando.
O que deve ser revisto é a estrutura familiar, que não existe! O que vem muito da estrutura familiar, se o moleque não tem uma mãe ou um pai para educar e transformá-lo num cidadão de bem, só aumenta para ele ser um bandido. Claro, existem suas exceções. Muitos meninos nasceram num berço desestruturado e conseguiram vencer na vida. Assim como adolescentes de classe média hoje são bandidos. Mas isso é algo que deve ser revisto. E tem outro detalhe: ninguém é bandido porque quer não. A maioria NÃO tem oportunidade mesmo e entra para a vida do crime.
“Sem base familiar, pra crescer fica difícil
Círculo vicioso, que mais uma vida encerra
Sistema criminoso, pra quem tá vivendo em guerra
Até pra falta de ação, tem reação
Estado crítico, cria ódio no coração” (Mv Bill)
O Brasil tem que melhorar muito no sistema político. Mas não é só isso. Há de se rever o sistema carcerário – porque um criminoso entra numa cadeia e sai MUITO pior de lá. E rever principalmente nosso papel de cidadão, que está nas coisas simples: desde jogar lixo na lixeira a não furar filas. Esses são pequenos crimes que nós cometemos. Temos que dar o exemplo, antes de julgar. A violência não é de hoje, não será de ontem e se continuar assim, vai ser de amanhã. A favela precisa de apoio, os moradores, os estudantes, os pais de família que saem na rua e não sabem se vão voltar. Mas não podemos desanimar. Nossa cidade há de ser maravilhosa se agirmos em prol dela. Precisamos nos educar. Lembrar que existem pessoas precisando do nosso apoio, ou pelo menos estarmos conscientes disso. Ninguém é ignorante aqui não.
Vamos rever os nossos conceitos de certo e de errado, vamos ser mais ativos e nos preocuparmos mais com o próximo. O começo está em nossas mãos!