A virada da democracia

Políticos e artistas no Ato da Virada. Foto: Beatriz Lopes.

Dia  23 de outubro de 2018, ocorreu o “Ato da Virada” no Rio de Janeiro. O evento, reuniu diversas personalidades políticas e artísticas nos Arcos da Lapa para defender o mesmo propósito: a democracia brasileira.

Organizados ao redor da campanha de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila, do PT, o ato propôs a união dos democratas na construção de uma grande virada eleitoral. Contando com discursos de amor e de esperança, os presentes defenderam a cultura, a liberdade e a democracia e demonstraram a todo Brasil a oposição ao fascismo. Na descrição do evento no Facebook, já se emitia o pensamento que se refletiu por toda a noite: é preciso se posicionar contra a intolerância. Representantes de outros partidos de esquerda, como Marcelo Freixo e Tarcísio Motta, do PSOL, e Jandira Feghali, do PC do B, aliaram-se a Haddad no palco e demonstraram seu apoio ao candidato.

A intenção de ocupar as ruas do Rio foi alcançada: diferentes cores e diferentes causas ecoaram na luta unificada por direitos e pela diversidade. Segundo organizadores, 70 mil pessoas participaram do ato. Essa grande presença, seja no palco, seja na rua, demonstrou que, nessas eleições, não se trata apenas de defender partidos políticos, mas a democracia e as pautas sociais. A consciência de que a oposição é necessária para a manutenção de uma política democrática foi elucidada, assim como foram combatidos os ideais de exclusão e ódio ao adversário. Em sua fala, Haddad declarou que, em seu governo, espera a oposição de muitos daqueles que estiveram ao seu lado nessa caminhada ao segundo turno, já que ainda existem divergências internas, agora suprimidas por uma luta maior.

Antes desse evento, às 15h, os candidatos à Presidência estiveram no Centro de Artes da Maré, no Encontro das Favelas com Haddad. A reunião possibilitou o diálogo com lideranças de movimentos e coletivos das favelas cariocas, e o contato com a população.  Em momentos em que a cultura brasileira é ameaçada, a presença do presidenciável nas periferias revela-se também uma ação simbólica de resistência e luta conjunta contra a intolerância. No Instagram, Fernando Haddad publicou que seu projeto visa reabrir o Palácio do Planalto para o povo, para os agentes comunitários e para os professores. “Enquanto nosso adversário só pensa em excluir, a gente quer retomar o Brasil da inclusão”.