KN, Oxossi de la Rua, ou Italo Andrade Guimarães

KN, Oxossi de la Rua, ou Italo Andrade Guimarães, é um agente cultural multifacetado, com vasta experiência na promoção e valorização da cultura periférica e urbana. Ativo na cena cultural de Salvador, contribui significativamente para o fortalecimento das identidades locais e para a inclusão através das artes. Com um histórico de formação diversificada e inúmeros projetos realizados, Oxossi de la Rua é um verdadeiro pilar da cultura suburbana, sempre buscando novas formas de expressão e engajamento comunitário.

Em um cenário cultural muitas vezes marcado pelo esquecimento e pela marginalização, a trajetória de KN se destaca como um exemplo de resistência e comprometimento com as vozes da periferia. Artista de rua e defensor fervoroso da cultura afro-brasileira, sua experiência íntima com as problemáticas enfrentadas por artistas e coletivos o impulsionou a se candidatar ao Conselho Estadual de Cultura da Bahia.

KN traz consigo a vivência de quem conhece na pele as dificuldades e as opressões enfrentadas no cotidiano da criação artística. Sua decisão de se candidatar não é apenas uma aspiração pessoal, mas uma resposta consciente às carências que observa no apoio cultural oferecido pelo Estado. Para ele, a arte é mais que uma forma de expressão; é uma ferramenta vital de transformação social.

Um dos principais desafios que KN identifica para a valorização da cultura afro-brasileira é a necessidade de um tratamento contínuo e respeitoso para com os agentes culturais. Ele defende que a cultura deve ser reconhecida como trabalho, não como um mero hobby ou atividade paralela. A legitimação do papel do artista na sociedade é crucial para garantir que iniciativas culturais recebam o apoio necessário para florescer.

Além disso, KN é um defensor da democratização do acesso à cultura. Para ele, a escrita dos editais deve ser mais inclusiva e clara, permitindo que todos, especialmente aqueles das comunidades periféricas, possam acessar as oportunidades oferecidas. Seu foco em mapeamentos e políticas afirmativas busca não apenas ampliar o alcance da cultura, mas também valorizar a diversidade de expressões culturais existentes nas comunidades.

Outra proposta relevante é a criação de mecanismos que garantam a segurança e a legitimidade dos artistas de rua. KN imagina uma casa do artista, um espaço que forneça suporte e documentação para aqueles que atuam nos espaços públicos, assegurando que sua contribuição cultural seja respeitada e reconhecida. Ele acredita que essa estrutura é fundamental para combater a marginalização e a violência que frequentemente atingem esses artistas.

O compromisso de KN com a cultura vai além de propostas estruturais; ele se reflete em sua vontade de fortalecer iniciativas já existentes, como saraus e slams, que são essenciais para a manutenção da cultura local. A expansão de ações culturais não deve ser episódica, mas sim um processo contínuo, alimentando a criatividade e o pertencimento nas comunidades.

Com a perspectiva de que a cultura é um direito de todos, KN planeja utilizar tecnologias digitais como ferramentas de difusão e promoção cultural, garantindo que as vozes da periferia sejam ouvidas e celebradas em múltiplas plataformas.

Ele entende que a arte tem o poder de unir, educar e transformar. A presença de KN no Conselho Estadual de Cultura representa não apenas a possibilidade de uma nova voz, mas a esperança de uma gestão que valorize a diversidade e a riqueza das culturas periféricas. Ele é, sem dúvida, a pessoa que conhece as feridas e as potencialidades da cultura baiana, capaz de curar e transformar a cena cultural em um espaço mais inclusivo e representativo.

Ao apoiar KN, a comunidade artística e cultural da Bahia não está apenas elegendo um conselheiro; está escolhendo um porta-voz comprometido com a promoção e valorização da rica tapeçaria cultural que compõe a identidade baiana. É hora de ouvir e fortalecer a voz da periferia, garantindo que todos tenham acesso ao que é seu por direito: a cultura.

As eleições acontecem nos dias 12, 13 e 14 de novembro, através de plataforma eleitoral no site do Conselho Estadual de Cultura do Estado da Bahia. Confira: www.conselhodecultura.ba.gov.br

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Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista definido após várias tentativas em outros cursos, atua como free lancer, reconhecendo-se como tal há bastante tempo. Natural de Jequié-BA (1966), e escreve poesia desde os 12, sendo este o encontro com o mundo sem regras. Sua escrita tem como temática principal a denúncia: política, de gênero, de raça, de condição social, de preconceitos diversos: machismo, homofobia, racismo, misoginia. Coordena o movimento “Galinha pulando”, o qual pode ser visto no blog, no site e nas publicações impressas. Este movimento promove anualmente um concurso literário, aberto a escritores(as) do Brasil e do exterior. A poesia lhe trouxe o encantamento, mundos paralelos, as trocas, a autocrítica, a projeção de si e de outro(s), maior consciência de classe e de coletivo. Espera que as sementes plantadas se tornem árvores, florescendo e frutificando em solos assaz diversos. Possui 23 livros autorais e participa de 152 antologias. Tem textos publicados em espanhol, italiano, inglês, alemão, holandês e francês. Participa de vários coletivos da periferia de várias cidades, bem como de algumas academias culturais e literárias.