Não adianta dizer que a tecnologia é neutra, pois ela não é. Não adianta dizer que a máquina faz tudo sozinha, pois ela não faz.
Assuntos como avanços tecnológicos, muitas vezes passam despercebidos por pessoas que não tem o conhecimento específico para entender que ali existe um erro. Sim ele existe.
Não precisa ir muito longe para ter certeza que existe uma irregularidade nesses algoritmos de pesquisas, principalmente quando citamos o google, uma das maiores ferramentas de busca já inventadas. Ao digitar “bebês” é possível perceber a predominância de bebes brancos, e o mesmo acontece ao pesquisar por homens ou mulheres.
Esses bancos de dados refletem o que realmente é a sociedade, e comprovam o quanto ela é injusta, fazendo com que aquela inteligência que chamamos de “artificial” também seja afetada, até porque para uma máquina reproduzir algo ela precisa da interferência do fator humano. Não é mesmo?
Segundo o professor do Instituto de Computação da Unicamp, Anderson Rocha: “Esses algoritmos são construídos a partir de dados. Se essas informações tem problemas de anotações, ou seja, tem alguma parcialidade em relação a determinado aspecto, esses preconceitos serão naturalmente aprendidos”.
Isso vai muito mais além do que apenas uma pesquisa rotineira em alguma ferramenta de busca, isso atinge diretamente no contexto social e na construção do indivíduo.
Hoje o acesso à internet está cada vez mais precoce, e é preciso ter cuidado principalmente na educação das crianças.
É difícil a relação com um sistema que não faz esforço algum para corrigir o que é errado, como mostrar que apenas mulheres brancas são consideradas mulheres, ou que um bebê para ser considerado um bebê ele precise ser branco.
Um bebê negro não é um bebê?
Não podemos esquecer de falar sobre os cabelos que para serem considerados “bonitos” nas pesquisas ele tem que ser liso.
Não é mimimi, isso precisa ser corrigido, não existe tecnologia neutra.