O ano era 2016, uma tarde ensolarada do dia 13 de junho, o fundador da – ANF Agência de Notícias das Favelas, André Fernandes, chega ao Bairro da Paz, periferia de Salvador, para aquela que seria a primeira de muitas outras vezes que sua presença marcaria a trajetória de expansão das atividades da ANF pelo nordeste brasileiro, iniciando pela primeira capital do Brasil.
A dica para chegar até a periferia bahiana foi por intermédio de Enderson Araújo, integrante do coletivo Mídia Periférica, em Sussuarana, que indicou o contato de Paulo de Almeida, jornalista e integrante do grupo de comunicação Bairro da Paz News, também membro do Conselho de Moradores do Bairro da Paz.
A visita ao bairro, além de ter na agenda a apresentação do trabalho da Agência de Notícias das Favelas, fora um momento de troca de experiência e uma oportunidade para André Fernandes, de conhecer um pouco do cotidiano do Bairro da Paz, que é única favela localizada na Avenida Luis Viana Filho (Paralela), entre o Aeroporto e a Rodoviária de Salvador, rodeada de vários condomínios, faculdades e outros empreendimentos imobiliários, tornando assim o local como uma ilha de concreto.
Um ano depois da visita de André Fernandes, os primeiros colaboradores da Agência de Notícias das Favelas já produziam matérias para o jornal A Voz da Favela, que até então circulava no Rio de Janeiro e escreviam no portal da ANF.
Na mesma época foi iniciado o trabalho com o Minidoor Social, publicidade feita com conteúdos sociais, campanhas realizadas principalmente nas áreas da saúde e educação, que fomenta geração de renda para moradores das favelas que atuam em várias funções como o coordenador das campanhas, responsável por articular os moradores que autorizam a instalação das placas, se tornando exibidores do Minidoor nas residências, contratar o instalador e motorista.
E assim passou o ano de 2017, com os colaboradores da ANF produzindo conteúdos e paralelamente sendo acionados para as ações do Minidoor Social.
Em 2018, André Fernandes retorna a Salvador para encontrar os colaboradores da ANF, e apresentar a proposta de um curso para qualificar moradores das favelas na área de comunicação tornando-se agentes de comunicação, através da RACC- Rede de Agentes Comunitários de Comunicação, curso idealizado pela Agência de Notícias das Favelas.
Além da formação dos moradores, o curso possibilitaria ter uma equipe local (editor, coordenadora executiva, coordenador pedagógico e uma revisora) para gerenciar as atividades durante o período, gerando renda mais uma vez para os colaboradores através da parceria com outras instituições.
Série continua na segunda parte.