A Paraíso do Tuiuti levou para a avenida o enredo “O salvador da pátria”, que contou sobre a história do Bode Ioiô, personagem de grande fama nas ruas de Fortaleza, e que virou lenda no Nordeste. Reza o conto popular que ele foi eleito vereador em 1922, como um protesto da população contra o domínio local da elite política.
O Ioiô é um herói da resistência, um grito, um berro de insatisfação popular e de representatividade dos marginalizados. O Ioiô é a imagem da persistência de um povo que faz graça até da própria desgraça e, com esse jeitinho inigualável, nos revela o genuíno salvador da nossa pátria: o bom humor.
Destacando a região Nordeste, a escola é de São Cristóvão, bairro com fortes ligações com a região, até por ter lá a Feira de São Cristóvão, o Centro de Tradições Nordestinas. O bode é um importantíssimo símbolo para o nordestino, tanto para economia quanto para cultura.
O desfile foi assinado pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, que está na escola desde 2015. Ele também trouxe a reflexão da importância do voto consciente. Mais uma vez, a Tuiuti apareceu com um enredo relacionado à política. Ano passado, a escola havia falado sobre escravidão, criticando o racismo e as dificuldades do trabalhador.
A dupla de intérpretes Celsinho Mody e Grazzi Brasil cantou à frente da bateria “SuperSom”, comandada pelo mestre Ricardinho, e tendo como rainha Carol Marins.
A azul e amarelo do Morro do Tuiuti foi a grande sensação do Carnaval do ano passado, por ter sido a vice-campeã, apenas um décimo atrás da campeã Beija-Flor. Até então, não havia conseguido nada nem parecido com isso. Em 66 anos de história, a Tuiuti acumulava poucas participações no grupo especial e títulos apenas de divisões inferiores. Esse ano, ela veio para tentar se provar capaz de brigar por títulos.
A escola estava muito bem, até que teve sérios problemas com o último carro, o que deixou um grande espaço na avenida. A escola terminou no tempo certo, mas deve ter descontos no quesito evolução.