Arrependimento mata…e muito!

Foto ilustrativa

Sou de um tempo em que era comum dizer: “Se arrependimento matasse, eu já estaria morto e enterrado”, isso quando uma ação não produzia o resultado esperado ou ainda quando se investia muito em uma pessoa e esta não correspondia à altura.

Agora vejo que esse ditado está completamente errado. Arrependimento mata e mata muito: dezenas, centenas, milhares. Não que eu esteja arrependido, pois não fiz parte de uma cegueira coletiva, pra não dizer uma imbecilidade nacional.

No entanto, vejo inúmeros comentários nas redes sociais que comprovam: mais um bolsomínion arrependido. A máxima “Se arrependimento matasse…” não se completa nesse caso, pois ele infelizmente mata!

Quem decidiu apostar seu voto em homem com potencial para matar não tem motivos para arrependimento, pois está sendo plenamente correspondido em sua expectativa. No dia em que o Brasil ultrapassou o fúnebre registro de mais de 10 mil mortos pela pandemia da Covid-19, o presidente da república respondeu: “E daí? Quer que eu faça o que?

A sequência de horrores estava apenas começando. Enquanto o mundo inteiro se recolhia e as autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) imploravam pelo isolamento social, o presidente do Brasil fazia selfies com seus fanáticos admiradores, percorria mercados públicos e distribuía ignorância por onde passava.

O Brasil assiste a uma tragédia anunciada: os números de contaminados pelo coronavírus multiplicou-se em uma progressão geométrica ‘cantada’ dois meses antes pela OMS e pelos Governos Estaduais.

Do primeiro caso em 26 de fevereiro aos 374.898 casos, e mais de 30.079 mortes registradas em 02 de junho de 2020, o Brasil foi se transformando no epicentro da pandemia na América Latina. Os dados são do Ministério da Saúde https://covid.saude.gov.br/ e colocam o Brasil no ranking dos países com os piores programas para combater o vírus.

O Brasil já registrou, algumas vezes, mais de mil mortes em 24 horas e liderou as estatísticas mundiais do dia. No total de casos até hoje estamos em segundo lugar no ranking, o que é nada mais, nada menos do que o reflexo da falta de ação do governo brasileiro e seu total desprezo pela vida.

E o que era possível esperar de um país em que o presidente incentiva a população a ir às ruas em pleno isolamento social? Esperar o que de um país que muda de ministro da Saúde duas vezes em plena pandemia e deixa a pasta sem titular na fase mais crítica da Covid-19, doença causada pelo coronavírus?

Ainda nem chegamos ao pico, mas vemos a curva subir vertiginosamente sem que o governo tome qualquer providência. Apenas assistimos atônitos e paralisados um presidente fazer piada e comer cachorro quente se lambuzando e apertando a mão do seu gado.

A continuar a progressão de óbitos que vimos nas últimas semanas, certamente chegaremos ao assustador número de mais de 100 mil mortes no Brasil até o fim da pandemia. Fim que só não chegou ainda porque existe uma boiada que vais às ruas comandada pelo presidente e coloca abaixo todo o esforço dos governadores dos Estados.

Diante de uma situação caótica vejo amigos, conhecidos, famosos e não famosos postarem que se arrependeram em apoiar e votar no Bozo.

Um conselho: antes de digitar o seu voto nas próximas eleições é bom reparar direito se seu candidato compareceu aos debates, se é homofóbico, defende a ditadura, é a favor da tortura ou faz arminha com as mãos!

Se for tudo isso, ou apenas uma parte, não se iluda, reflita: arrependimento mata…e muito!

Dessa vez nem vou convidar pra tomar um café, a ocasião não permite.