Artistas paraibanos usam a criatividade para sobreviver na pandemia da Covid-19

Pintura de Horieby Ribeiro e o próprio artista: face da sobrevivência na pandemia- Crédito: Horieby Ribeiro

Tudo parecia tão normal como sempre ocorria em anos anteriores. Passadas as festas de fim-de-ano, depois o carnaval, era chegada a hora de programar as pautas para a retomada das temporadas teatrais, dos shows, exposições e música ao vivo nos barzinhos.

Ninguém contava com um cenário jamais imaginado por essas bandas, onde todas as casas de espetáculo seriam fechadas, os bares não teriam mais apresentações ao vivo e as galerias de arte também fechariam suas portas.

Foi exatamente o que aconteceu a partir do fatídico dia 18 de março de 2020, quando foi anunciado oficialmente que estávamos vivendo uma pandemia.

Alguns pesavam que seriam apenas 15 dias e que no início de abril do mesmo ano tudo seria reaberto, mas a pandemia do Novo Coronavírus, causador da Covid-19, não estava apenas de passagem.

Já estamos no segundo ano consecutivo com índices alarmantes de infectados e – pasmem – mais de meio milhão de mortos no Brasil.

Durante todo esse tempo, como os artistas fizeram e ainda estão fazendo para sobreviver?

Em todo o Brasil, a grande sacada foi a realização de “lives”, ou seja, shows realizados sem o público presencial em que as pessoas assistem de casa através das redes sociais (Instagram ou facebook) dos artistas.

Na Paraíba, não está sendo diferente: as lives tomaram conta de grandes eventos, como “O Maior São João do Mundo”, mas funcionam a contento apenas para os grandes empreendedores, aqueles que já têm patrocinadores certos.

Os artistas individuais ou os grupos de teatro, por exemplo, permanecem enfrentando grandes dificuldades para atrair público às suas exibições virtuais e, consequentemente, continuam passando necessidade.

Um dos artistas que está usando a criatividade para enfrentar a falta de público na Paraíba é o artista visual Horieby Ribeiro. Ele expunha seus trabalhos – pinturas em acrílico sobre tela, caricaturas e outras obras – em feiras de artesanato e na Casa do Artesão Paraibano.

Crédito: Horieby Ribeiro

Com o fechamento desses espaços devido à pandemia, Horieby passou a anunciar em suas redes sociais que faria a caricatura a partir da foto do interessado e enviaria em alta resolução para o email do interessado.

Ele cobra R$ 30,00 pelo trabalho e alivia suas despesas diárias pelo menos por algum tempo.

O problema é que a pandemia está demorando demais a ser controlada e uma nova ideia surgiu na cabeça de Horibey: ao invés da caricatura, passou a expôr três desenhos de sua autoria para o cliente escolher um.

Depois de escolhido o desenho e do depósito efetuado, o cliente lhe manda uma mensagem com o comprovante e a indicação do desenho escolhido. Pronto: a obra de arte é encaminhada para o e-mail do comprador em alta resolução para ele mesmo imprimir no tipo de papel que desejar.

Quem quiser conhecer o trabalho de Horieby Ribeiro basta acessar o endereço: https://www.facebook.com/horieby.ribeiro

O caso do artista visual Horieby Ribeiro ilustra bem como o artista paraibano está tentando “se virar” nesses tempos de pandemia, mas em outras áreas como o teatro e a música os problemas são mais difíceis de resolver por serem atividades que envolvem mais pessoas em sua produção.

Crédito: Horieby Ribeiro

Desde março de 2020 os teatros paraibanos estão fechados. Muitos grupos de teatro chegaram a fazer campanhas pedindo ajuda financeira à população. Não só os teatros, mas os cinemas e as galerias de arte também.

Os circos que, costumeiramente, se instalavam nos bairros mais populares de João Pessoa, deixaram só a saudade e a lembrança daquela lona azul e amarela, com alguns furinhos que davam para ver o céu.

Os bares, em silêncio, não ecoam mais as vozes do público e, muito menos, do cantor ou da cantora a embalar sonhos e delírios, a desfilar por bossa nova, rock, pagodão, reggae  funk ou sertanejo.

Até quando vamos ficar apenas imaginando a cena?

Acaba logo pandemia!

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