Por Ricardo França
(À Marielle)
Aí, de repente, vem um tiro.
Não. Quatro tiros. Dois certeiros
Na cabeça de uma causa.
Só que as causas não morrem.
Se fortalecem
Porque as causas são milhões de pessoas.
Então o tiro
Teria que ser uma bomba atômica.
Mas a bomba atômica, sua radiação,
Não exterminaria a causa.
Porque a causa resiste. Persiste.
Então foram quatro tiros nela.
E outros no companheiro de trabalho dela.
O extermínio, irmão da execução,
Sorrateiros são.
Eles não têm causa.
Objetivam cédulas.
Vestem azul e branco
E batem continência
A seus ‘fechamentos’.
Marielle! Marielle!! Mariele!!!
Vamos continuar a sua luta
A sua causa
A sua vida breve!
Marielle! Marielle!! Mariele!!!
Você não morreu,
Você ficou para sempre
E cumpriu sua missão
Você virou semente
E semente vira árvore
Árvore dá frutos
Marielle
O seu luto
Será uma floresta
E as árvores dela
Terão o seu nome.
