Com o agravamento da crise do coronavírus pelo mundo, restou às pessoas em quarentena reinventar formas de comunicação, manifestação e até de diversão. As janelas de muitas as casas pelo globo tiveram de se abrir à rua e encontrar em suas cortinas formas de sobreviver àquilo que se tornaria uma situação aterradora para todos.
O espaço para a comunicação dentro das casas tornou-se pequeno e insuficiente para suportar o agravamento da situação, sobrando aos moradores de Turim, na Itália, abrir seus grandes vitrais e encontrar com seus vizinhos através da música. A Itália é o país que tem o maior número de mortos pela doença no mundo, superando até mesmo a China, e está passando por uma situação de isolamento social.
O canto também foi outra forma encontrada para superar o distanciamento social e trazer alegria e esperança para os vizinhos. “Andrà tutto bene” (vai ficar tudo bem), tem sido usado como um grito de guerra e motivação para o povo italiano.
As janelas do país também foram utilizadas por cantores de ópera para que pudessem passar mensagens de que tudo ficará bem, cantando, acalmando e interagindo com os vizinhos.
Em Wuhan, na China, onde aconteceram as primeiras manifestações do vírus, as pessoas também abriram suas janelas para desejar luta e força. Os gritos ouvidos eram de “Wuran, lute”. As frases ajudam a fortalecer o grupo e levar otimismo numa situação tão extrema e triste.
Na Espanha, a quarentena fez com que um treinador realizasse algumas exercícios físicos de sua casa e incentivasse as pessoas a treinar junto com ele através de suas sacadas. De acordo com autoridades locais, o país tem 24.926 pessoas infectadas com o coronavírus e o total de mortes em um único dia chegou a 1.326. A Espanha é o terceiro país no mundo com o maior número de infectados, atrás da China e da Itália.
No Brasil são muitos os casos de solidariedade em meio a crise, e muitos vizinhos estão se oferecendo para fazer compras para moradores mais velhos de seus prédios. Além disso, as janelas têm sido usadas para manifestações contra o presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, que minimizou os casos da doença no país.
Em São Paulo também foram realizadas diversas homenagens aos profissionais da saúde, que estão na linha de frente para combater a doença. O aplausaço no último sábado, 21, às 20h30, foi convocado pelas redes sociais e contou com a participação das pessoas isoladas em casa.