O site The Intercept Brasil noticiou que o ex-PM Ronnie Lessa, preso e acusado de matar Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, teria delatado o mandante dos assassinatos. Ele seria Domingos Brazão, político e, atualmente, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, que sempre negou sua participação no crime.
A confissão teria sido feita em uma delação premiada à Polícia Federal. Lessa está preso desde março de 2019. Ele foi condenado em julho de 2021 por destruir provas relativas ao caso.
Domingos Brazão, ex-filiado ao MDB, foi apontado como suspeito em ocasiões anteriores e, em 2019, foi acusado pela Procuradoria Geral da República de obstruir as investigações. Brazão esteve afastado do cargo de conselheiro do TCU por quatro anos, após ser preso, em 2017, por receber propina de empresários.
Segundo o The Intercept, o crime teria sido encomendado por vingança contra o político Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur. Marielle era cria política de Freixo, que presidiu a CPI das milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em 2008.
O relatório final da CPI afirmava que Brazão havia sido liberado para fazer campanha em Rio de Pedras, área comandada por milicianos. Ele também foi citado pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, em 2020. Segundo ela, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público consideraram a possibilidade de Brazão ter agido por vingança.
“Cogita-se a possibilidade de Brazão ter agido por vingança, considerando a intervenção do então deputado Marcelo Freixo nas ações movidas pelo Ministério Público Federal, que culminaram com seu afastamento do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro”, escreveu a ministra em relatório.
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