Crédito: Jamile Amine / Saúde/Gov. BA

O I Simpósio Estadual de Cuidados Paliativos da Bahia, reuniu especialistas e autoridades. O encontro foi uma iniciativa da diretoria da
Atenção Especializada, por meio do Núcleo de Cuidados Paliativos e teve como eixo temático o conjunto de cuidados de saúde que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças graves e progressivas que ameaçam a vida. Foram abordados temas como a compaixão como força motriz para mudar a saúde na comunidade, diretivas antecipadas de vontade e os desafios para sua construção e respeito e bioética no contexto dos cuidados paliativos. O evento aconteceu na última quarta- feira (4), no auditório da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), em Salvador.


A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana destacou na abertura do evento o pioneirismo da Bahia na implantação do cuidado paliativo em unidades de saúde. Segundo ela o Núcleo de Cuidados Paliativos da Sesab é um modelo a ser seguido, com ações integradas e formação de equipes especializadas em todo o estado. “Hoje, enquanto discutimos os desafios e avanços dos cuidados paliativos, reafirmamos nosso compromisso com a vida, com o alívio do sofrimento e com a dignidade de cada paciente. Continuaremos a trabalhar para que o cuidadopaliativo seja uma realidade acessível a todos, garantindo que, em cada canto da Bahia, as pessoas possam encontrar conforto, esperança e um tratamento humanizado”, ressaltou a secretária. Segundo a Sesab, além dos pacientes, serão promovidas ações voltadas para as famílias dos pacientes e as equipes técnicas.


A advogada em Direito Médico , Professora da Faculdade de Medicina da UFBa e Presidente da Sociedade Brasileira de Bioética Regional Bahia, Camila Vasconcelos compôs a Mesa do Colóquio “ Bioética no contexto dos Cuidados Paliativos” e avaliou o encontro. “O evento provocou reflexões positivas sobre cuidados paliativos na assistência a pacientes pediátricos e adultos, com abordagens sobre dilemas éticos em fim de vida e enfrentamentos de assuntos difíceis como recusa de tratamento, respeito à autonomia de pacientes frente às práticas de distanásia e valorização dos recursos de tratamento domiciliar, e teve uma ampla participação de profissionais numa perspectiva interdisciplinar. Foi um dia de muita riqueza de conhecimentos”, destacou.

Avanços na Bahia
O panorama dos cuidados paliativos na Bahia foi o tema abordado pela médica Karoline Apolônio, da coordenação do Núcleo de Cuidados Paliativos da Sesab. Integram ainda a equipe do núcleo: Dra. Lília Embiruço, coordenadora do Programa de Pediatria e Perinatologia , a enfermeira Marcia Sá e a psicóloga Badusca Lazzari. Dra. Karoline informou que a proposta de inserir o cuidado paliativo nasceu em 2018 e que em 2020, durante a pandemia, 14 hospitais implantaram o núcleo de cuidados paliativos.

Nos dois anos seguintes – 2021 e 2022 – o programa se expandiu e esse ano 52 unidades da rede estadual já contam com equipes de cuidados paliativos. “Como legado, o simpósio promoveu uma importante articulação política para a implantação dos cuidados paliativos, facilitando a interação entre os serviços e melhorando a comunicação em rede. Um diagnóstico será realizado para identificar fatores e ações positivas que possam contribuir para a implantação bem-sucedida de equipes de cuidados paliativos. Essa avaliação ajudará a
estabelecer modelos replicáveis em toda a rede, promovendo a disseminação eficaz e eficiente da cultura e assistência de cuidados paliativos no estado”, afirmou.


A Sesab vai inaugurar brevemente o primeiro hospital de cuidados paliativos do Brasil, uma obra de restauração e revitalização do antigo Hospital Couto Maia, no Bonfim, que será um espaço dedicado ao cuidado e ao conforto daqueles que precisam de assistência integral e humanizada. A pediatra Lara Torreão, Vice presidente da Academia Estadual de Cuidados Paliativos e Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Bioética- Regional Bahia alertou que a capacitação das equipes e a organização de estruturas ambulatoriais e hospitalares adequadas são as principais demandas na Bahia e demonstrou boas expectativas. “A Sesab tem o mapeamento das macro regiões e dessa forma poderá implementar a Política de Cuidados Paliativos, recém lançada em maio para o SUS”, afirmou.