Associação de Mulheres Koxerê fortalece Redes de Apoio a Mulher

“A Importância do Fortalecimento das Redes de Apoio à Mulher”, foi o tema norteador do evento realizado pela Associação de Mulheres Koxerê, em parceria com o Coletivo de Mulheres Creuza de Oliveira e apoio da Rede de Mulheres Negras da Bahia.

A programação aconteceu na sede da associação, no Bairro da Mussurunga 1, periferia de Salvador, nos dias 25 e 26 de março e reforçou o papel da mulher na sociedade e o quanto precisam ser respeitadas dentro do ambiente domésticos assim como trabalhistas.

No dia 26 (primeiro dia) o evento teve como tema “Conhecimento e Empoderamento Feminino”. Cristiane Santos – Coordenadora da Associação, falou sobre a geração de renda a partir das oficinas de artesanatos e o quanto essa atividade pode contribuir com o desenvolvimento das mulheres no mercado de empreendedorismo.

Dentre os assuntos abordados estão em destaque: a importância da organização para torna-se uma empreendedora, a luta da mulher negra para conquistar espaço no mercado de empreendedorismo, a importância de as crianças terem uma infância livre dos trabalhos e como os jovens podem ser fortalecidos diante do cenário em que o país se encontra -no quesito violência.

Crédito: Divulgação

A reflexão a cerca do tema abriu espaço para o público se manifestar e colocar seu posicionamento, apontando possíveis ajustes que podem ocorrer na sociedade para que a mesma se torne ainda mais justa e igualitária.

Além da roda de conversa, teve dinâmica com objetivo de reforçar o afeto entre as mulheres, uma apresentação teatral abordando a realidade dos trabalhos domésticos das mulheres negra do país.

As atividades trouxeram como foco, a importância para que as mulheres pudessem entender a gravidade da exclusão de alguns espaços e a importância do empoderamento feminino.

Crédito: Divulgação

A Fundadora do Coletivo de Mulheres Creuza de Oliveira, Milca Martins ministrou uma palestra sobre: a violência que as domésticas sofrem no local de trabalho. Ela que também é Presidenta do Sindomestico BA, e reforçou a importância da luta pela classe.

“Eventos como esse são necessários para reforçar o fortalecimento da rede, essa troca de experiência pode ajudar dentro da comunidade realizando bons trabalhos com a as mulheres negras”, comenta.

O segundo dia do evento teve como tema “Combate à Violência Contra a Mulher”.

Início das atividades com acolhimento e afetividade, as mulheres conversaram sobre o tema e colocaram seus posicionamentos em discussão. Alguns relatos foram colocados expostos, contribuindo para abordagem do tema.

Como por exemplo, o quanto as mulheres que moram nas favelas sofrem por muitas vezes serem impedidas de denunciar alguma violência pois estão reféns da falta de segurança nos locais. “A gente não pode nem denunciar porque se a polícia entrar na rua os traficantes querem saber quem foi o denunciador, eles não querem a polícia na rua” relatou uma participante.

Crédito: Divulgação

Sandra Munôz- Coordenadora da Casa Marielle Franco e membra da Rede de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher na Bahia, destacou a falta de apoio do serviço público aos ataques que as mulheres sofrem.

Sandra levantou propostas de apoio as mulheres e relatou sobre as importância da denúncia em casos de violência, “é preciso que todos os poderes estejam cientes do que ocorrem dentro e fora de casa e a comunicação é necessária nesse momento”.

Outro ponto relatado por Sandra é a importância da solidariedade com as mulheres que sofrem algum tipo de violência, seja ela física ou verbal…. “é preciso acolher, é fundamental a sororidade”.

A formação e a capacitação de mulheres no enfrentamento a violência foi uma das ações proposta também na apresentação. Assim como uma Agenda de Ação de Combate a Violência Contra a Mulher.

Todas as ações citadas no evento estão em processo de articulação com as integrantes das associações presente. O processo de elaboração e ação será definido com as coordenadoras.

Crédito: Divulgação

SAIBA MAIS

A Associação de Mulheres Koxerê doravante designado, é uma associação civil de direito público e sem fins lucrativos, fundada em Salvador, Bahia, a qual tem sua denominação concebida através de pesquisas na cultura africana em busca da origem semântica da palavra a qual na língua Yoruba; Koxere significa QUE SEJA FELIZ, QUE TUDO DE BOM ACONTEÇA.

Criada em 27 de junho de 2007 a partir da necessidade de mulheres, que sentiam-se excluídas do mercado de trabalho sem poder desenvolver suas atividades laborativas, pois encontravam-se situação de vulnerabilidade social, ficando assim cerceada dos seus direitos.

Com sede na Rua America Dourada Gleba G casa nº 16 – Mussurunga I, atualmente e dirigida pela Arte Educadora e Graduanda do Curso de Serviço Social Cristiane Roberta Lopes dos Santos da Faculdade D.Pedro II.

Crédito: Divulgação

Por Rose Cunha

Instagram @rose.cunha.santos