Até quando?

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Até quando?

Essa é a pergunta que mais se repete nas mentes das pessoas pretas. É a pergunta exata com resposta incerta, pergunta cuja resposta ninguém sabe.

Estamos em 2020 e tudo continua igual, como séculos anteriores, corpos negros mutilados, expostos e largados a margem da sociedade.

Não temos paz, não temos sossego, todos os dias temos um dos nossos mutilado, e que no dia seguinte vira apenas estatística, até quando vão nos violentar?

Ate quando vão matar os nossos?

Perdemos um João Pedro, um João Vitor, em menos de uma semana, duas crianças, duas vidas interrompidas, sonhos exterminados.

Quando um deles se vai, todos nós sofremos, e não precisamos conhecer, ser parente ou vizinho, pois em qualquer canto do país sempre estaremos conectados, pois a realidade é a mesma e não importa a sua classe ou condição social, se você for preto o tratamento será padrão.

Sim, os seguimentos serão os mesmos da cartilha de como um preto deve ser tratado, não se espante se você tiver no seu carrão, pois o tapa é o mesmo, as ofensas serão as mesmas, e os julgamentos idênticos.

A política pública não é favorável, e é sempre falha, o governo sempre ao lado do capitalismo e excluindo os fatores voltado ao social.

E em tempos de pandemia isso fica mais exposto, onde o dinheiro sempre vem a frente de tudo, e a briga é sempre pelo poder, enquanto pessoas morrem.

O Brasil é um país onde a maioria da sua população é negra, entretanto esse mesmo país é dominado por uma minoria branca, elitista e que não mede esforços para que a sociedade continue desigual, onde o mais rico continue enriquecendo e o mais pobre continue onde está, sendo marginalizado e excluído da sociedade.

Até quando vamos acordar inseguros, até quando vamos sair sem saber se voltaremos para nossos lares, até quando seremos mutilados, até quando?

Até quando?

A única certeza que temos, é que pra essa pergunta ainda não se tem resposta.