Crédito: Jussara Martins

Quem nunca sentiu sintomas como dor de cabeça, náuseas, entre outros e acreditou saber exatamente do que realmente se tratava?

Então, também por conta própria, ingeriu aquele remedinho guardado em casa? Exatamente disso que se trata a automedicação: do uso de remédios sem avaliação prévia do profissional da saúde.

Diferente do uso indiscriminado de medicação, que se caracteriza pelo uso excessivo de um determinado medicamento, mesmo que este tenha sido prescrito por um médico, ou seja, quando o paciente ultrapassa a dosagem prescrita na receita médica, bem como os intervalos de uso.

Conforme dados captados no ano de 2018 pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), os brasileiros estão, cada vez mais, se auto diagnosticando e medicando-se.

Isso sem considerar que os brasileiros, além de se medicarem por conta própria, possuem o hábito de aumentar as dosagens para obter alívio mais acelerado, muitas vezes pesquisando seus sintomas na internet e descobrindo, de acordo com seus sintomas, quais as possíveis medicações para cura.

No entanto, a automedicação além de trazer riscos à saúde pode esconder do paciente a real situação da doença, que tendo seus sintomas camuflados pela medicação, além de dificultar o diagnóstico correto, podendo criar resistência às bactérias e gerar no futuro, problemas irreversíveis.

Em entrevista realizada com dez pessoas de diferentes localidades de Salvador, sete informaram que já teriam se automedicado por conta da dificuldade de acesso a um atendimento médico e afirmaram que, quando conseguem ir a um hospital ou posto de saúde se depararam com muita burocracia na realização de determinados exames, prolongando ainda mais o sofrimento.

As outras três disseram se medicar quando os sintomas são irrelevantes, como enxaquecas, dor estomacal, enfim, sintomas que consideram “corriqueiros” e avaliaram conhecer.

Aí que está o perigo em acreditar conhecer determinados sintomas, uma vez que este pode ser aliviado com um remédio não prescrito corretamente e esconder o real problema.

Antes de tudo, ainda que se trate de um sintoma possivelmente conhecido, necessário procurar um profissional da saúde, para assim ter um diagnóstico preciso e consequentemente fazer uso da medicação correta.

Matéria publicada no jornal A Voz da Favela edição de setembro 2019