O valor do novo auxílio emergencial a ser proposto pelo governo será de R$ 250, conforme anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 25/02, durante a live semanal nas redes sociais dele. De acordo com o presidente o benefício voltará a ser pago em Março, com duração de quatro meses.
“Nossa capacidade de endividamento está, acredito, no limite. Mais quatro meses pra ver se a economia pega de vez, pega pra valer”, é o que acredita Bolsonaro.
Mas a renovação do benefício ainda precisa ser proposta pelo governo ao Congresso Nacional e, em seguida, aprovada pelos parlamentares.
A Coalizão Negra por Direitos está empenhada em cobrar do Governo Federal ações mais efetivas e um valor “minimamente razoável” para o benefício: R$ 600 até o fim da pandemia, de acordo com Douglas Belchior, um dos membros do movimento.
“Uma família de 3 a 4 pessoas não consegue se alimentar por um mês com esse valor [de R$250]. O que a Coalizão defende é o valor de R$600 até o fim da pandemia e uma política emergencial que sirva de plataforma inicial para a construção de uma política pública permanente de renda cidadã, que esteja associada ao Bolsa Família”, explica Belchior.
Para isso, o movimento tem realizado diversos atos pela volta do auxílio emergencial e por comida. No último dia 18 de fevereiro, eles estiveram em 28 cidades do país, sendo 18 capitais. Durante o dia de mobilizações integrantes das 200 entidades que compõem a Coalizão Negra por Direitos protocolaram, nos 26 estados e no Distrito Federal, um ofício exigindo ao Governo Federal, Estadual e Municipal medidas de combate à miséria, a segurança alimentar da população negra e periférica, além da garantia da vacinação em massa e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, a Coalizão ainda se mantém no propósito de que o Auxílio Emergencial precisa ser ampliado a 100 milhões de brasileiros e brasileiras. De acordo com o Governo Federal, o benefício foi entregue diretamente a cerca de 65 milhões de pessoas em 2020.
Dados da extrema pobreza no Brasil
Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 13,5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza. Existe mais gente miserável no Brasil do que a população inteira de Portugal, de acordo com o site Observatório do Terceiro Setor.
O Banco Mundial considera extremamente pobres as pessoas que vivem com até R$ 151 por mês. E pobres são as que vivem com renda de até R$ 436 por mês, quase 52 milhões de pessoas no Brasil.
Entre os que se declararam brancos, 14,7% eram pobres e 3,4% eram extremamente pobres, enquanto entre pretos e pardos 32,3% eram pobres e 8,9% eram extremamente pobres.
As mulheres pretas ou pardas se destacaram entre os pobres: eram 28,7% da população, 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres.
Fontes: Observatório do Terceiro Setor; Exame; Coalizão Negra.