B-boy Luizin, morador de Ipatinga, interior de Minas Gerais, revoltado com o descaso do poder público com a cultura hip hop, que comemora 50 anos, faz apelo ao poder público. Luizin, que há anos milita pela cultura, afirma que a cidade possui artistas de peso, que levam o nome de Ipatinga a vários locais, mas não têm o reconhecimento esperado.
Ao divulgar seu manifesto nas redes sociais, Luizin vem ganhando inúmeros compartilhamentos, comentários e até mesmo o apoio de Nelson Triunfo, considerado o pai do hip-hop brasileiro, que escreveu “é falta de conhecimento sobre nossa cultura ou puro preconceito mesmo”.
Kika Maida, considerada a primeira B-girl do Brasil, questionou: “mesmo o breaking estando nas Olimpíadas?”.
Segundo Luizin, Ipatinga tem história na cultura hip-hop. A cidade é reconhecida pela atuação dos artistas que participaram da Red Bull Cyphers Brasil, o maior campeonato de breaking 1 x 1 do mundo; de saraus; de encontro de grafite e de batalhas de rimas a nível nacional. Há também DJs de alto rendimento e a lei que institui, no âmbito do município, o dia do hip-hop.
“Por aqui sempre existiu DJs, MCs, grafiteiros e dançarinos. Devido às grandes empresas da região, como a Usiminas, a cidade sempre transportou mão de obra para fora. Os trabalhadores que iam, voltavam novidades”, diz Luizin.
Nomes que fizeram e fazem história
Ele lista exemplos como o de Sávio Tarso, jornalista, professor de História e presidente do Partido Verde (PV) em Ipatinga. Ele participava dos bailes curtindo funk e soul em Ipatinga, além de ser fã de Michael Jackson.
Na cidade mineira também vive Eustáquio de Oliveira, o Takin, da Kim & Kris Street Wear, um dos grandes responsáveis pela expansão e a popularização do hip-hop não só em Ipatinga, mas na região do Vale do Aço.
Cite-se ainda Fábio Ravani, conhecido popularmente como Bicudo. Apesar de ser de Timóteo, outra cidade do interior mineiro, o artista fez várias ações em Ipatinga, promovendo eventos na cidade e na região. Bicudo é cria da estação de metrô São Bento, na capital paulista, berço do hip-hop brasileiro.
Por Ipatinga também passaram grandes nomes do rap nacional.
Quem é B-boy Luizin?
Wesley Luiz Costa Ribeiro, B-boy Luizin, é diretor do Coletivo Cultura Urbana e está na caminhada da cultura hip hop faz tempo. Começou como grafiteiro, e se tornou um pesquisador do assunto, participando de palestras, debates, oficinas e batalhas de rima.
Está na causa social desde 2006 e participa do Revolution Break Crew de 2004 até hoje. Venceu importantes competições e comandou por 11 anos o Portal de Cultura Urbana, considerado o maior portal de cultura urbana do país.
Recebeu homenagens de vários rappers e, recentemente, teve seu nome e seu portal indicados ao Troféu Arte em Movimento, a maior premiação da América Latina de Culturas Urbanas, recebendo premiação na categoria Breaking e Mídia.
“A cultura hip hop só não morreu ainda por que os agentes acreditam tanto que ela pode salvar vidas que continuam fazendo, mas se o poder público chegasse junto, coisa que não acontece, o movimento regional despontaria e alavancaria ainda mais”, conclui Luizin.
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