Jovens negros e favelados são os que mais sofrem com a violência policial -Crédito: Marcia Farias

Os dados são da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Sinesp), sistema do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que reúne indicadores estatísticos da Secretaria Pública de cada estado mostra que a Bahia lidera os índices de violência no Brasil em 2024. Só no primeiro semestre deste ano, foram registrados 2.087 homicídios dolosos (quando há intenção de matar), ocasionando, em média, 11 crimes contra a vida por dia. Na lista das 15 cidades baianas mais violentas em 2024, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a capital, Salvador, lidera com 441 casos.

As informações foram atualizadas no dia 26 de julho pelo órgão federal. A Bahia ultrapassou Minas Gerais e São Paulo – que têm as duas maiores populações, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Por outro lado, o estado ficou na quarta posição em relação à taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes, que foi de 29,52. À frente da Bahia, ficaram Alagoas (35,23), Ceará (38,98) e Pernambuco (40,34).

Sendo o único a registrar mais de 2 mil mortes na primeira metade do ano, o território baiano ainda convive com as reiteradas constatações da hostilidade no cenário da segurança pública. Há pouco menos de 15 dias, a 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada no dia 18 de julho, revelou que 6.578 mortes violentas em 2023 colocaram a Bahia na posição de líder do número de homicídios dolosos no país pelo terceiro ano consecutivo.

Anteriormente, no dia 18 de junho, o Atlas da Violência mostrou que, em 2022, 6.776 vidas foram interrompidas de forma violenta em território baiano. Também naquele ano, o estado foi líder em mortes violentas no país. A pesquisa foi produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados tiveram como base números registrados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.

Procurada para um posicionamento sobre o assunto, a SSP-BA enviou a mesma

Nota da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, divulgada pelo órgão estadual no dia 17 de julho. “Reduzimos em 6% as mortes violentas no ano de 2023 e agora, no primeiro semestre de 2024, o índice apresentou queda de 13%. Os resultados alcançados têm relação direta com o trabalho incansável das forças policiais. […] Foram 347 casos em maio e 282 ocorrências em junho. A integração entre as Forças da Segurança, as ações de inteligência e os investimentos continuarão norteando o nosso trabalho”, destacou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.