Estão suspensas as visitações ao Museu Casa do Sertão, localizado na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), devido as fortes vibrações causadas pelas obras do novo acesso viário em frente ao campus universitário, que tem causado danos nas portas, janelas, salas e paredes do museu.
Inicialmente, a suspenção será por um período de três meses, iniciada desde a última quarta-feira, 5. A decisão foi tomada após análises de técnicos que identificaram diversas rachaduras na estrutura.
O objetivo a medida é a preservação do acervo presente no instituto e a segurança dos visitantes. O local tem uma atuação marcante no fomento e difusão da cultura local e no resgate, preservação e valorização da cultura popular.
O Museu Casa do Sertão é um dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento da política cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Início do museu
Construído no Campus Universitário, em 1978, pelo Lions Clube de Feira de Santana, que doou o espaço à Universidade, o Museu contava, inicialmente, apenas com uma sala para exposições temporárias, uma sala para a exposição do acervo permanente e uma pequena biblioteca.
Ao longo dos anos, houve um notável crescimento, tanto em termos de estrutura física quanto de acervo museológico. Novas peças foram incorporadas à coleção do Museu Casa do Sertão, a exemplo do Acervo do Couro, que pertenceu ao Museu Regional de Arte de Feira de Santana (MRA), sendo transferido para a Casa do Sertão em 1995, após a vinculação do MRA à UEFS; e da biblioteca pessoal do Monsenhor Renato de Andrade Galvão, doada em vida pelo sacerdote, educador, historiador e Vice-Reitor da Universidade (1979 – 1987) pouco antes de sua morte, em 1995.
O acervo, que foi agregado ao Centro de Estudos Feirenses (CENEF), também criado pelo cura, passou, posteriormente, por meio de resolução do Conselho Universitário (CONSU), a constituir a Biblioteca Setorial Monsenhor Renato de Andrade Galvão. Com 4.916 exemplares, entre livros especializados em História (sobretudo de Feira de Santana), cultura popular e literatura de cordel; jornais dos séculos XIX e XX; manuscritos; cartas de alforria; monografias; dissertações; revistas do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e outros periódicos; o acervo é, até hoje, um centro de referência para estudantes e pesquisadores.
Entre 1995 e 1996, o prédio que abriga o Museu Casa do Sertão sofreu uma grande reforma, triplicando a sua área construída, que passou de 212,72 m² para 708,46 m². A ampliação possibilitou a redistribuição do acervo, em função da criação de novos espaços, como a Sala do Artesanato, que passou a abrigar o acervo iconográfico; a Sala Eurico Alves Boaventura, que recebeu o acervo do Ciclo do Couro; a Sala Dival da Silva Pitombo, reservada a exposições temporárias; a Sala da Administração; o Centro de Estudos Feirenses; o Núcleo de Literatura de Cordel; a Biblioteca Setorial; a Reserva Técnica e o Pavilhão Anexo, destinado às peças de grande porte.
Compartilhando do ideal de tornar a UEFS uma Universidade inserida no seu entorno e que, no âmbito de sua vocação múltipla e universal, contempla, cada vez mais, a sua regionalidade, o Museu Casa do Sertão vem preservando a cultura sertaneja e resguardando aspectos do cotidiano do homem sertão. Possui uma coleção iconográfica constituída de 1.169 artefatos em couro, cerâmica, metal, madeira, fibras e matrizes de xilogravura, que remetem à maneira de ser do povo nordestino. Esse acervo permanece aberto à visitação pública diariamente, em horário comercial.
A Casa do Sertão possui também uma discoteca de músicas sertanejas, uma biblioteca especializada em diversas áreas do conhecimento sobre Feira de Santana e região e um acervo de Literatura de Cordel, com aproximadamente 2.400 exemplares, escritos por autores clássicos e modernos.
No órgão suplementar, há, ainda, um grupo de pesquisa, que tem por diretriz básica a produção e divulgação de estudos e investigações de caráter histórico, socioeconômico e cultural sobre Feira e região. Esse trabalho se faz presente através da publicação de instrumentos de pesquisa (inventários sumários e analíticos, guias etc), elaboração de livros didáticos alternativos, dentre outros. As pesquisas são desenvolvidas no acervo documental e bibliográfico do Museu, bem como em arquivos públicos e privados de Feira de Santana, Cachoeira e Salvador.
O Museu Casa do Sertão é um espaço dinâmico, que atrai um público bastante diversificado, em busca de informações culturais e de apoio à pesquisa. Atualmente, procura incentivar a realização de novas investigações na área da cultura popular, resgatando, dessa forma, informações sobre a memória histórica e cultural da microrregião de Feira de Santana e, sobretudo, valorizando o papel desempenhado pelo homem sertanejo na formação social do Estado da Bahia.
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