Crédito: Reprodução

O projeto Baobá de Histórias – Por Literaturas Decoloniais, está em andamento nas escolas públicas municipais de Salvador e Lauro de Freitas, na Bahia. Com ações que incluem contação de histórias, oficinas de livros de pano e grafite, o projeto tem como objetivo de fortalecer a identidade étnico-racial das crianças, de acordo com a Lei 10.639/2003, que completa 20 anos de existência em 2023.

Baobá visa resgatar e celebrar a diversidade cultural afro-brasileira. O projeto é gratuito e foca na promoção da literatura negra entre as crianças, destacando a importância da aplicação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas de ensino fundamental e médio, sejam elas públicas ou privadas.

O projeto é composto por um grupo de artistas, incluindo Helena Nascimento, proponente
e coordenadora do projeto, Márcia Mendes e Paula Brito, escritoras e contadoras de
histórias, bem como Lívia Passos, Josy Mota e Tiago Araújo Faraó; artistas visuais e oficineiros.

Helena Nascimento

Helena Nascimento, a idealizadora do projeto, explica a razão pela qual as literaturas
desempenham um papel crucial na quebra do pacto da branquitude e na promoção do
pertencimento étnico-racial.

Ela destaca que as ações que exaltam em crianças da mais tenra idade a beleza da
negritude, a força da estética negra, a multiplicidade dos traços culturais, a linguística, a
pluralidade de construção de epistemologias, oralituras, tessituras visuais, ancestrais e o
pertencimento étnico-racial;, afirma Nascimento.

A primeira etapa do projeto abriu inscrições para as escolas entre 29 de setembro e 06
de outubro. A segunda etapa, composta por formações em letramento racial/literário, está
agendada para os dias 19 de outubro, 10, 27 e 30 de novembro, com cada encontro
tendo uma carga horária de 2 horas.

Márcia Mendes

Essas formações serão direcionadas às escolas selecionadas e incluirão o estudo da
literatura negra para crianças, contações de histórias afro-narrativas baianas e oficinas
afrorreferenciadas. Todas as atividades serão conduzidas por Helena Nascimento,
especialista em Estudos étnicos e raciais, com mestrado em Linguagens.

Cada escola beneficiada receberá uma variedade de atividades, que vão desde oficinas
de confecção de livros artesanais e brinquedos reaproveitados até inspiradoras
contações de histórias, todas com foco em obras da literatura negra.

O calendário de ações nas escolas já está definido, com eventos programados nas
instituições em Salvador e Lauro de Freitas.

Lívia Passos

24/10 – Escola M. Quingoma: Oficina de livros Artesanais com Lívia Passos,
Contação de Histórias com Márcia Mendes (livro: Maria Felipa – Força e Poesia)

26/10 – Escola M. João Lino: Oficina de livros Artesanais com Lívia Passos,
Contação de Histórias com Paula Brito (livro: Embarcando em uma grande
expedição)
31/10 – CMEI Dr. Djalma Ramos: Oficina de brinquedos de reuso com Josy Mota,
Contação de Histórias com Márcia Mendes (livro: Themba, o menino rei, autor:
Marcos Cajé)
13/11 – CMEI Bittencourt: Oficina de brinquedos de reuso com Josy Mota, Contação
de Histórias com Paula Brito (livro: Tóim, cadê você? Autora: Tamires Lima)

20/11 – Escola M. Governador Roberto Santos: Oficina de Livros Artesanais com
Lívia Passos, Contação de Histórias com Márcia Mendes (livro: Dandara, cadê
você?)
23/11 – Escola Municipal Amai Pro: Oficina de brinquedos de reuso com Josy Mota,
Contação de Histórias com Paula Brito (livro: Pretinha de Ébano, autora: Kalypsa
Brito)
28/11 – Escola Municipal Cosme de Farias: Oficina: Graffite com Tiago Araújo,
Contação de Histórias com Márcia Mendes (livro: Alice e o enigma do Ouruvaia,
autora: Helena Nascimento)
01/12 – Escola M. Alto de Coutos: Oficina: Graffite com Tiago Araújo, Contação de
Histórias com Paula Brito (livro: A menina e o céu azul).

Iniciativas como esta desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade
e no reconhecimento das narrativas afro-brasileiras. Para saber mais sobre suas
atividades e impacto, acompanhe o projeto no Instagram @baobadehistorias2023.

Josy Mota

BAOBÁ
Segundo Monik da Silveira Suçuarana, em seu artigo disponível em https://www.infoescola.com/plantas/baoba/, o baobá, também chamado de imbondeiro,
embondeiro ou calabaceira, é uma árvore nativa do continente africano e da Austrália.
Possui grande importância para os povos africanos, sendo considerado símbolo de
fertilidade, fartura e cura.

Existem muitas lendas e mitos sobre o baobá, evidenciando sua importância tanto para a cultura africana como para a cultura afro-brasileira. Helena faz uma reflexão sobre a importância da história africana na identidade negra e sobre a escolha do baobá e sua representatividade ancestral. Ela enfatiza que o baobá é uma árvore frondosa, com raízes fortes e resistentes, longeva, originária de parte do continente africano, também conhecida como embondeiro.

O baobá a faz lembrar da resistência do povo negro, da grandiosidade de nossa narrativa
e da força vital que carregamos, tal qual troncos fortes. A árvore também evoca a
circularidade das energias dos erês – um termo que, no Candomblé e na Umbanda, se
refere a crianças espirituais, entidades de pureza e alegria – renovando a terra e os
pensamentos. Para Helena, o baobá simboliza a imensidade de Áfricas em nossa
história, pois ser negro é carregar uma riqueza de experiências africanas.

O projeto foi contemplado pelo Edital Diálogos Artísticos e conta com o apoio da Fundação
Cultural da Bahia (FUNCEB/BA) e da Secretaria de Cultura da Bahia (SECULT).

Logo do Projeto Baoba- Helena e Livia | crédito: Midian Mota

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