Vila Embratel, também conhecida como V.E, é um bairro de luta, criatividade e empreendedorismo. Fica localizada na região Itaqui- Bacanga, que é formada por vários bairros, como Anjo da Guarda, Bonfim, Vila Nova e muitos outros.  Na região se localiza a Universidade Federal do Maranhão (UFM), além do Complexo Portuário Maranhense.

Bairro muito populoso, em cada canto da V.E tem um empreendimento. Tem material de construção, salões, padarias, lava-jatos, pequenos mercadinhos, funerárias, de tudo um pouco. E empreender nem sempre é tarefa fácil, precisa de disposição, coragem e resiliência para os cenários adversos, como foi a trajetória do Tropical da Elis, que começou vendendo guaraná.

Em entrevista concedida à Agência de Notícias das Favelas (ANF), Antônio Santes fala da sua batalha e se emociona ao contar as conquistas por meio do empreendedorismo.

Como vocês iniciaram o empreendimento e por quê? 

No ano 2000, foi a época que eu comecei com minha esposa, a gente começou a nossa família, basicamente. Eu trabalhava de vigilante, só que nossos filhos eram todos pequenos e a renda familiar não supria todas as nossas necessidades, tipo quando chegava dia vinte, tinha esgotado todo dinheiro e tinha necessidade de pedir fiado no comércio, para alimentar as crianças e nós mesmos, e se alimentavam mal. Daí, a gente pensou e achou que deveria montar um negocinho, um a vendinha na praça, assim a gente teria contato com dinheiro todo dia e poderia se alimentar melhor, dar uma vida melhor para as crianças.

Como escolheram o produto? 

A gente pensou, o que vamos vender? Como a gente vai fazer pra iniciar? Eu tive a ideia de montar um pequeno carrinho com guaraná da Amazônia. Pensando nesse clima nosso, que é muito calor, é muito quente, e o guaraná e as vitaminas geladinhos, aí a gente pensou: vai sair bem.

Quais foram os desafios?

O primeiro desafio era a fonte de renda, para empreender, para investir, mas daí a gente pensou assim: a gente começa por pouquinho e vai transformando, porque nosso foco, a nossa prioridade era vender dez copos de guaraná ou quinze por noite, foi o que a gente pensou. Só que aí deu foi muito mais.

Onde o seu empreendimento te levou?

A gente empreende com outras coisas também, com comidas típicas. A gente tem uma barraca na feirinha São Luís, que é no Centro Histórico, aos domingo, e há sete anos a gente recebeu o convite justamente para apresentar esse guaraná. Porque, tipo assim, ele é famoso aqui no bairro, foi o primeirinho, aí a gente recebeu um convite para apresentar esse guaraná por conta do clima e os turistas não conhecem.

Qual foi a maior conquista a partir do seu empreendimento?

Pra te falar a verdade, voltando no começo da conversa, a questão de alimentação, pra mim, foi a maior conquista, só pelo fato de eu poder, através do empreendedorismo, levar para dentro de casa qualquer tipo de alimentação que meus filhos quisessem, tipo assim lanchar, comer uma comida diferente, pra mim foi uma conquista bacana.

Como os moradores contribuem para o seu empreendimento?

Eu tenho que agradecer demais o pessoal da Vila Embratel, fui privilegiado, fui pioneiro, hoje tu vê bastante lanche, mas na época que eu iniciei, tinha poucos. Essa clientela, eles vieram tomar guaraná no colo do pai e da mãe, hoje vem com a namorada, às vezes com os filhos deles, então contribuíram e contribuem. Às vezes, até quando eu tiro uma folga eles me ligam.

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