Manhã de dor e sofrimento nessa quinta-feira (31), para os moradores da Cidade de Deus, operação as 7h30 da manhã, horário que as pessoas estão saindo de casa para trabalhar, ou ainda estão dormindo, os moradores precisam se proteger dos tiros e, mesmo assim, são vítimas dessa guerra absurda.
Dessa vez a vítima foi um bebê de apenas 1 mês de vida. Benjamin, a mãe assustada com o barulho dos tiros correu até o quarto da criança e, quando acendeu a luz, o bebê estava sangrando, ela tomou o filho em seus braços e o levou para UPA, mas a criança não resistiu aos ferimentos. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal, e até o fechamento da matéria não tinha a nota oficial da causa da morte.
Nota da polícia sobre a operação:
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, no início da manhã desta quarta-feira (31/07), policiais militares do 18ºBPM (Jacarepaguá) atuaram na Cidade de Deus, na Zona Oeste da cidade do Rio. Durante incursão na comunidade, criminosos atiraram contra as equipes e houve confronto. Não houve prisões e apreensões. O batalhão foi informado que não houve entrada de feridos em unidades de saúde da região até o momento”.
Segundo dados do site Fogo Cruzado, nos 6 primeiros meses de 2019, o Laboratório de dados sobre violência armada Fogo Cruzado registrou 4.169 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro, uma média de 23 tiros por dia.
Imaginem a situação do morador, que dorme e acorda ao som de tiros, que sai de casa para trabalhar e não sabe se vai voltar, uma mãe que estava dormindo acordar ao som de tiros e vai ao encontro do seu filho e se depara com seu bebê de apenas um mês morto. Até quando? Quantas pessoas ainda vão morrer nas mãos desse Estado que não se importa com as vidas negras, periféricas?
Qual o real motivo dessa operação, se não houve prisões e nem apreensões? E agora, quem vai dar apoio e suporte a essa mãe, que foi cruelmente dilacerada pela perda do seu filho?