Após quase um ano e meio fechada, a Biblioteca Parque de Manguinhos foi reinaugurada hoje. A instituição se encontrava fechada desde dezembro de 2016 por falta de repasse de recursos para a empresa que fazia a administração do local. A reinauguração teve a presença do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão e do Prefeito Marcelo Crivella, além do Superintendente de Cultura Juca Ribeiro, que esteve anteriormente se reunindo com coletivos locais para debater sobre a reabertura do espaço, que estaria abandonado se não fosse pela iniciativa de moradores e coletivos, como o Ballet Manguinhos, que buscavam preservar o local.
A roda cultural do “Pac’stão”, que acontece todas as segundas-feiras, também foi mais uma iniciativa que ocupou a frente do espaço promovendo cultura e arte, além das tradicionais “batalhas de sangue”.
A partir de segunda-feira, 2 de abril, a Biblioteca Parque de Manguinhos estará acessível ao público, que encontrará de literatura clássica até ciências sociais. Além de um acervo rico, a biblioteca também possui estandes que homenageiam um autor ou data história. “Poder ampliar o conhecimento sem pagar por um livro faz a criança deixar a ociosidade para estar aprendendo. Através dos livros você desenvolve o senso crítico e deixa de reproduzir o que está sendo dito”, diz Larissa Moura, moradora de Manguinhos.
O Superintendente Juca Ribeiro falou um pouco sobre a importância do espaço para o território:
Agência de Notícias das Favelas: Qual a perspectiva da reabertura da Biblioteca num complexo marcado pela violência?
Juca Ribeiro: A Biblioteca é um equipamento cultural e educativo, não deve fazer restrição, cabe ao Estado se preparar para oferecer um serviço qualificado. Ela não foi feita para combater a violência, mas promover a paz, o que acaba gerando consciência. Os livros são a defesa.
ANF: Aqui o acervo na literatura é muito amplo…
JR: Você tem na realidade um acervo na literatura bastante importante, por outro lado você tem um acervo muito rico nas ciências sociais, que são importantes para a formação do senso crítico. Você não pode criar barreiras para o livro. Quando você abre as portas da Biblioteca, você abre as portas para o livro.
ANF: Muitas crianças e adolescentes vem ao local. Esse é um jeito de evitar que eles estejam no crime?
JR: O espaço não pode ser utilizado como antídoto, mas é uma das soluções. É melhor estar na Biblioteca, que deve ser um espaço acolhedor.
ANF: O nome de Marielle Franco para a biblioteca, além de homenagem póstuma, reforça a ideia de continuar lutando?
JR: Foi dado o nome para que a memória dela seja preservada e, mais do que isso, por ela ser uma pessoa vinculada ao conhecimento.
Endereço: Av. Dom Hélder Câmara, 1184 (Atrás do Colégio Compositor Luís Carlos da Vila)